terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

CONTOS DA CARROCINHA 2

Um dia, na floresta, uma preguiça acordou após um longo sono e, agarrada a sua árvore, disse em voz alta: "Caralho, que vontade de dormir!" E continuou a hibernar por mais um mês inteiro.

Passados trinta, trinta e um dias, a preguiça acordou de novo e logo notou que tinha mudado a estação. Feliz com esse fato ela falou bem alto: "Primavera! Puta que pariu minha sogra!! Já estava na hora! Isso é coisa das fadas da floresta! Botaram para fuder!"

Após proferir essa sentença o bicho caiu mais uma vez em sono profundo. Imediatamente despencou uma tempestade monstruosa que fez com que a floresta fosse inundada em minutos. A preguiça acordou com água pelos joelhos e meio assustada proferiu: "Malditos sejam as fadas elementais! Inundaram a porra da floresta! Filhas da puta!"

Então a preguiça já bastante encharcada se agarrou firmemente a um galho que boiava e falou: "Vão tomar na bunda! Não solto dessa merda aqui nem fudendo! Pode chover o quanto quiser! Fodam-se, piranhas de merda!" Dito isso, um poderoso vagalhão veio e abalroou preguiça, galho e tudo o que tinha direito.

A preguiça agora solta em um redemoinho em formação e tentando se manter na superfície, meio afogada e ainda sonolenta, viu surgir, do nada, uma garbosa fadinha com chapéu de cone e vestidinho rosa, toda sorridente. Esta logo disse com sua vozinha aguda de criatura minúscula:

" - Preguiçinha, ó preguiçinha, você blasfemou contra nós, as fadinhas elementais da floresta! Mesmo assim eu fui enviada para salvar sua preciosa vida!"

O pobre animal estava quase sendo levado pela rica correnteza, respondeu:

" - Puxa, que bom! Aí, como é que tu chama, minha filha?"

A fada, surpresa e alegre pelo imediato interesse de sua interlocutora, respondeu:

" - Santoro!" E, afoita, insistiu: " - Vamos, preguiçinha danada, peça desculpas pela sua blasfêmia e eu a salvarei agorinha mesmo!"

Rapidamente, a preguiça gesticulou chamando a fada mais para perto de si e mandou:

"- EI, FADA FILA DA PUTA, VAI TOMAR NO MEIO DO SEU CU, PORRA!!!"

A fadinha, ruborizada, desapareceu num passe de mágica, enquanto a preguiça foi tragada pela correnteza.

MORAL DA HISTÓRIA: Toda preguiça desbocada deveria andar com um colete salva-vidas.

Adolar Gangorra é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e é autor do livro infantil "Fada-se!"

CONTOS DA CARROCINHA 1

Há muito tempo, nos Reino dos Ardauzes, havia um coelhinho de nome Lólis que dividia sua toca com um marreco chamado Valtencir. Ambos viviam satisfeitos da vida, pois trabalham no palácio do Rei. Lólis era farmacêutico enquanto o marreco o auxiliava em meio período. Os dois eram servos da princesa Prisqüila, a herdeira do trono.Certo dia, Prisqüila notou que sua caixa de jóias havia sumido. Desesperada, a princesinha pôs imediatamente a boca no trombone. Então, todos os empregados do palácio foram convocados para esclarecer tal mistério.

Lólis ficou muito triste com o acontecido, assim como Valtencir, o marreco. O primeiro, por gostar muito da princesa e por não imaginar que pudesse existir um ladrão sequer em todo o Ardauzes. O segundo, por gostar mais ainda da caixa da princesinha e por não ter onde esconder aquela merda. Sendo assim, Valtencir aventou a possibilidade de estar ligeiramente fudido, já que, não tendo opção melhor, havia mocozado a caixa de jóias na toca do coelho e que, logo, logo, alguém iria descobrir seu feito. E por não ser de dar mole à Kojak, resolveu armar uma xavecada das mais ignorantes, o mais rápido possível.

Mais tarde, todos já estavam no palácio real para serem argüidos pelo pai da princesa, o monarca Jofremps, que, puto dentro das calças, perguntou:
- " Quem, dentre vocês, cometeu esse ato tão vil? "
Imediatamente, o chefe da guarda, o macaco Nilvando Clarabóia gritou:
- " Foi o Lólis! Foi o Lólis! Coelho filho da puta! Eu vi! Foi ele! Pega o safado! Ladrão! Foi ele que eu vi! "

O coelho quase morreu, tamanho o susto causado por tão absurda calúnia e também pelo incrível número de raquetapas que levou de seus companheiros de trabalho que, àquela altura, estavam felicíssimos por já terem achado um culpado tão rapidamente.

A princesa, sendo dona de um grande coração, pediu ao seu pai que mandasse prender e torturar o coelhinho Lólis para que ele revelasse onde estava o diabo da caixa. Tal empreendimento, entretanto seria deveras trabalhoso, já que o verdadeiro conhecedor da resposta, o marreco Valtencir, fugira há um dia para o reino vizinho de Lemalemo, não sem antes vender as jóias da princesa e subornar o cagüete do Clarabóia com um cacho de banana-nanica.

Moral da História: nunca pense em dar conversa para um marreco.

Adolar Gangorra, 87 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e sempre achou que a Branca de Neve fosse a empregada doméstica dos sete anões.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

DEIXANDO A PETECA SUBIR

Sem sombra de dúvida, vivemos atualmente a febre dos esportes radicais. É, este mesmo radical outrora tão temido na política, invariável na gramática, simbólico na matemática e livre na química, nunca teve um campo tão fértil nos esportes como nos dias de hoje. Skate, windsurf, full-contact, motocross, canyoning, paraglind, bungee-jumping e fist fucking, além de muita coragem, existem técnicas especiais e, principalmente, um mestrado em inglês.Entretanto, se pensarmos melhor, chegaremos à seguinte pergunta: o que é preciso para que um esporte seja considerado "radical"? Bem, seria o número de fraturas que ele proporciona? Não, nada disso. Tem que aparecer em programas de tv apresentados por idiotas? Também não. Seus praticantes têm que usar malhas coloridinhas e constrangedoramente apertadas? Talvez, mas não seria só isso... Na verdade, o que faz com que qualquer atividade física seja taxada de radical é o nível de exposição do praticante. Aí é que as aparências enganam. Assim, o mais subestimado desses esportes, deva ser, acredite se quiser, a peteca! Realmente, não há nada mais radical do que ficar horas a fio distribuindo tapas numa trouxinha voadora cheia de penas em público! Tem que ser muito macho pra fazer uma sacanagem como essa!

Como já disse, o radicalismo está no altíssimo nível de exposição de si mesmo! Isto porque o verdadeiro radical é desprovido de vergonha na cara, não está nem aí para nada e o petequismo cai-lhe como uma luva. Senão, vejamos: etimologicamente existem três prováveis origens para a palavra "peteca". A primeira vem do sânscrito "petekhan", que traduzido significaria algo como: "Tia, o Naldinho gritou com o meu sorvete de azeitona!", o que não faz absolutamente nenhum sentido. A segunda vem do grego "hypothéke", depois para o latim "hipotheca" e finalmente dando no português "hi... peteca...", já numa clara demonstração do desprezo da moçada da época pelo esporte. O mais provável mesmo é que o termo derive do tupi "peteca" ("batendo"), o que prova que, até historicamente, jogar peteca sempre foi programa de índio, vide as penas da mesma que não me deixam mentir.

O mais impressionante no jogo de peteca é a sua enorme capacidade para revelar a essência da natureza humana com incrível transparência. Lembro-me, certa vez, ao andar pela praia de Ipanema, quando me deparei com quatro senhores grisalhos e extremamente barrigudos, divididos em duplas, num interminável festival de bolachas, daquelas estaladas que os palhaços trocam no picadeiro para delírio da massa ignara, como diria Nelson Rodrigues. Confesso que fiquei chocado! Ali, na minha frente, quatro quinquagenários, prováveis pais de família e pilares da sociedade, embolachavam freneticamente um saco voador, num joguete sem sentido e com a expressão mais excitada do mundo! Estava bem ali: a agressividade gratuita, em seu estado puro, usando sunga e suando feito louca. Não pensavam em nada. Não tinham pudores de ninguém. Às favas a sociedade! Naquele momento eram um bando de selvagens se satisfazendo com a característica mais vergonhosa do ser humano: a violência pura travestida como um saudável joguinho.

Na base de couro daquela peteca estavam projetados milênios de nossa maravilhosa civilização - primatas brigando por território, as guerras púnicas, Gengis Khan, a inquisição, o 3º reich completo e cara enrugada de todas as sogras do mundo. Tudo isso tratado com a marca registrada do homem: o tapa na cara: surdo, primitivo, estúpido, porém, sinceríssimo.

Não se iludam, a peteca é tudo menos um exercício inocente. Ou você acha que o sentido do jogo está em fazer a pobre petequinha voar a esmo feito uma desvairada de um lado para o outro ou aplicar bofetadas a granel na cara do mundo sem explicações, culpa ou remorso, descarregando uma das essências do ser humano? É o inconsciente coletivo vivo, é o bê-á-bá da ignorância, é a catarse perfeita, é o tabefe pelo tabefe e pronto! Isso sim que é ser radical.

Sim, a peteca é radicalíssima. Adrenalina, garra, velocidade, aventura, preparo físico, etc. Tudo isso é conversa pra boi dormir perto de uma partidinha de peteca. Não acredita? Então tire este short de lycra vergonhoso e experimente jogar um pouco com um petequeiro qualquer. Ele vai estar esperando você de mão aberta. Num sentido só, é óbvio!

Adolar Gangorra, 67 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e costuma ir a praia de terno.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

AS NOVAS REGRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Recentemente surgiram as novas regras da Língua Portuguesa. Mesmo que todo mundo tenha quase dois anos para se adaptar às mudanças, o importante é sabermos AGORA como escrever tudo exatamente correto e o mais rápido possível, não é mesmo?
Assim, este humilde cronista, preocupado com a forma da "última flor do Lácio, inculta e bela" (ou o que quer que signifique essa bizarrice) apresenta agora exemplos úteis dessas novas e tão importantes mudanças. Achou estranho? Ora, são coisas do Português (ou "de" Português, segundo as novas regras)!


Por exemplo, a expressão PERDA DE TEMPO em relação as novas regras da Língua Portuguesa tem nova grafia. Escreve-se agora PERDA COMPLETA DE TEMPO o que parece ser também uma COMPLETA PERDA DE TEMPO mesmo no que diz respeito as novas regras da Língua Portuguesa.

O termo FODA-SE antes era escrito assim. Agora é FODA SE para as novas normas da Língua Portuguesa. Sem hífen. Mas é FODA SE de qualquer jeito e também deve ser usado no que tange as novas regras da Língua Portuguesa. Pouca gente se lembra, mas antigamente, esse termo era escrito e até esculpido por aí com acento circunflexo. Então todo mundo tocava o FÔDA-SE quando este estava presente em esculturas em alto relevo e em letra-caixa em letreiros luminosos de lojas de penhor. Agora temos que tocar o FODA SE para as novas regras da Língua Portuguesa funcionarem em qualquer lugar. FODA-SE com as novas regras da Língua Portuguesa agora é FODA SE.
Também agora podemos fazer a inversão de frases no período. Por exemplo, peguemos duas frases distintas e sem relação alguma: "FODAM-SE" e "As novas regras da Língua Portuguesa". Pelas novas regras podemos e devemos escrever assim, ó: "FODAM SE as novas regras da Língua Portuguesa", onde cai o "e" conjunção de ligação. Que legal, hein?

Então, lembre-se: sempre que puder dê o FODA SE para as novas regras da Língua Portuguesa, ok, gente?

Outra palavra que mudou com as novas normas da Língua Portuguesa é RIDÍCULO, com acento agudo. Pelas novas normas da Língua Portuguesa, RIDÍCULO pode ser escrito agora sem acento. O que antes era normal, hoje é RIDICULO, graças as novas normas da Língua Portuguesa. Sem acento.


Por fim, temos a frase VÃO TOMAR NO CU - os criadores das novas regras da Língua Portuguesa não mudaram essa expressão. Sendo assim, VÃO TOMAR NO CU ainda é a coisa mais certa de se deixar claro para as novas regras da Língua Portuguesa. Entretanto, várias vírgulas perderam o uso. E como ficaria esse termo toda escrito agora sem tanta vírgulas tão inúteis? Bem, fica assim: "VÃO TOMAR NO CU os criadores das novas regras da Língua Portuguesa prefiriram deixar assim". Ainda bem!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

DO MESTRE SEM CARINHO

Em 1945, em Genebra, Suíça, foi organizado secretamente o 1º Congresso Mundial de Pedagogia por um obscuro professor austríaco conhecido como Mordecai Sacknulsen. Esse encontro teve como único objetivo a formulação de um mecanismo de coerção verbal-psicológica para ser usado contra alunos dos cursos primários e secundários de todo o mundo.Sacknulsen reuniu pedagogos, professores, psiquiatras, publicitários, atores, camelôs, políticos, titiriteiros, bruxos, policiais, agiotas, charlatões, militares travestis (puxa, faltou a vírgula!) e corretores imobiliários. Ali foram definidas e distribuídas 7 frases capitais para professores e diretores das mais renomadas instituições de ensino do mundo. Logo estas frases seriam incorporadas ao currículo de todos os cursos de pedagogia daí em diante.

O "Heptálogo do Controle Discente", como ficaram conhecidos esses motes, é decorado, desde então, por normalistas e educadores com o objetivo de ameaçar, manipular, desestabilizar, confundir, humilhar, ludibriar e sacanear escrotamente milhões de estudantes indefesos. Todos futuros professores sabem de cor essas locuções e eles as usam covardemente quando começam a perder o controle disciplinar de suas turmas. Assim, não importa onde você estude, em um determinado momento, vai ouvir as mesmas frases ameaçadoras de seus mestres. O aluno acha que é exclusivamente para ele quando ouve do professor tais ameaças, mas, na mesma hora, em Kuala Lumpur, um outro professor está berrando para seus alunos: "Vocês não sentam assim na casa de vocês!!!" ou coisa parecida.

Eis então as 7 maquiavélicas frases criadas pelo professor Sacknulsen:

1 - " VOCÊS ESTÃO CONFUNDINDO LIBERDADE COM LIBERTINAGEM... "

Em tom de ameaça, o professor usa essa popularíssima frase para desorientar os incautos estudantes e neles instalar uma culpa atroz. Traz em seu bojo um termo de baixíssimo calão - libertinagem - atribuindo injustamente essa qualidade aos pobres alunos. Aliás, garoto nenhum de 13 anos sabe o que significa a palavra "libertinagem"... a única chance de alguém confundir "liberdade" com "libertinagem" seria, por exemplo, um escravo fugir da senzala pra um quilombo qualquer e, na pressa, se atrapalhar e entrar num puteiro no meio do mato e acabar fazendo uma suruba com três piranhas e um sósia albino do Tiririca. Isso que é confundir "liberdade" com "libertinagem", rapaz!

Como um meninote de tão tenra idade pode ser um libertino? Nem o jovem Bocage o era! Ah, tá... então temos uma sala com 30 crianças depravadas? Até no Centro de Ensino Integrado nº 5 de Sodoma e Gomorra não rolava uma parada dessas! Que termo mais escabroso! O professor está ofendendo mancebos inocentes chamando-os de devassos, lascivos, sensuais, depravados ou até de partidários da seita dos Anabatistas que fazia oposição a Calvino (duvido que algum deles saiba essa última!).

O pai paga caro o colégio para o sacana do tutor ainda xingar o filho... e são esses são os "educadores" que nós temos...

2 - " A 6ª SÉRIE B É A PIOR TURMA DO COLÉGIO! "

Clássico da chantagem sentimental, essa frase visa mexer com os brios da turma. O professor acha que ao proferir esse dramático anúncio, a classe toda enrubescerá de vergonha, prenderá as lágrimas e parará imediatamente com a partida de porradobol que está em andamento junto com a aula de análise sintática. Ledo engano... ele não se lembra, mas a média de idade de todas as 6ªs séries é de 12 anos, período no qual o pré-adolescente, digamos assim, pouco se fode, para nada que não seja a mais absoluta zona!!! O tempo médio de retenção de qualquer informação no cérebro de um garoto dessa idade é de aproximadamente 7,4 segundos. Após isso, ele já estará pensando em atirar um pesado dicionário de inglês-português na cara do coleguinha de óculos novo ao seu lado. É o mesmo que dizer que a 6ª série B é a MELHOR turma do colégio! Não adianta porra nenhuma! Quer dizer, não há 6ª série no mundo que vá ser uma turma mais decente após ouvir essa frase...

E é sempre a 6ª série... não importa em que colégio seja e que essa turma tenha ótimos alunos, lotada de futuros prêmios Nobel e monges budistas, sempre a tal 6ª série B é taxada como a pior turma de todo o sistema solar e que dali só irão surgir futuros mendigos, assassinos, porra-loucas, colunistas sociais e deputados.

Sacknulsen sempre odiou a 6ª série, pois foi nela em que foi vítima traumatizada de brincadeiras intelectuais como "Corredor Polonês", "Nescau", "Babau" e "Acender o Isqueiro na Bunda do Colega da Frente Para ver em Quanto Tempo ele Grita e dá um Pulão". Mais tarde, descobriu-se que ele fôra vítima dessas brincadeiras não em sua época de estudante e sim quando adulto, ao lecionar para essa mesma classe.

3 - " VOCÊS NÃO FAZEM ISSO NA CASA DE VOCÊS! "

Essa afirmação tenta apelar para o mito que os alunos irão se controlar imediatamente ao serem lembrados dos cavalheiros britânicos que na verdade são, no âmbito de seus lares... engano crasso... é o mesmo que pedir para um chimpanzé guardar para você um cacho de bananas para devolver depois.

Frase inócua, pois se há uma diferença entre o comportamento no lar e na escola é que em casa, a conduta do garoto, em média, é até um pouco melhor, devido ao fato de os pais poderem descer o cacete na molecada por qualquer indisciplina, enquanto o professor não, o que faz dele um indivíduo frustrado, infeliz, com o olhar perdido, com pressão alta e hemorróidas gigantescas.

4 - " MAIS DO QUE UM PROFESSOR, EU QUERO SER UM AMIGO DE VOCÊS! "

Conversa das mais moles. É mentira. Mentira escrota. O adulto se aproveita da enorme inocência e do coração aberto de adolescentes e pré-adolescentes para ganhar sua confiança e assim conduzir suas aulas em um clima dócil e amoroso. Ele não quer ser amigo de ninguém. Ele quer é ser conhecido pela diretoria como um professor boa praça e querido por todos para manter seu emprego, somente isso.

Como um adulto vai poder ser realmente amigo de 60, 120, 240 garotos? Todos nós sabemos que é impossível... nem o Bozo conseguiu isso, apesar de toda a droga que ele botava pra dentro! Se ele fosse amigo mesmo, não perguntaria quais são os afluentes da margem esquerda do Rio Volga na prova! Porque, amigo mesmo, não tira ponto quando sai uma porradaria normal em sala de aula! Amigo mesmo, não quer conversar com os pais do outro amigo quando vê ele colando na prova. Amigo mesmo, não faz cara de "Quem é esse aí?" quando você encontra ele no Shopping e diz "E aí, fessor, beleza?" E amigo nenhum mesmo, está noivo há dois anos! Se o adulto aí quer se entrosar com a galera, pra começar, viria todos os dias de bermuda, ensinaria pelo menos a 8ª série toda a dirigir no carro dele e contaria um monte de piadas boas cheia de palavrões, em vez de ficar queimando o filme ao forçar neguinho a decorar porra de tempo verbal.

5 - " NINGUÉM VAI SAIR DAQUI ENQUANTO NÃO APARECER UM CULPADO! "

Tática de tortura psicológica empregada em interrogatórios de criminosos renitentes e que nunca poderia ser usada só para descobrir quem enfiou o pirulito Zorro no cu do cachorro e depois deu para o Fabinho de presente. Essa frase horrorosa só instiga uma desunião discriminatória entre um grupo em ainda em formação. Reter alunos em sala de aula? Que vergonha! Vim aprender o bê-á-bá e acabei preso! Assim, de aluno a presidiário é um pulo!

Olhem só: a educação vigente quer produzir delatores! Que ótimo! O professor (geralmente os de Moral e Cívica e de Religião) se compraz ao instituir esse joguete maquiavélico para instigar o ódio e a desconfiança entre meninotes de pura alma! Sim, ele quer que os dedinhos de seus pupilos comecem a endurecer que nem granito, numa descontrolada sanha macartista até conseguir arrancar um sofrido "Foi ele, tio!" de, agora, um confuso delator pueril. Aí sim, ele vai poder se sentir um educador de verdade! Esse tipo de coisa nem no Centro de Ensino Joaquim Silvério dos Reis!

Isso tudo por causa de sua incompetência em descobrir quem resolveu usar a caixa d\'água do colégio para fazer um viveiro de piranhas amazonenses, alimentadas religiosamente, de dois em dois dias, com algum gato de rua adoentado.

6 - " VOCÊS DOIS AÍ: PRA FORA! "

"Que que eu fiz? Que que eu fiz? Velho, eu só tava rindo... caralho, eu nem conheço direito esse zoneiro filho da puta do Claudio Ricardo! Eu só achei graça quando ele passou super bonder na lente de contato da Juliana! Caralho, eu não fiz nada! Eu só tava rindo! Eu não fiz nada! Velho, isso é injustiça! Essa puta dessa professora não põe moral na turma e eu que acabo me fudendo... se der merda lá em casa por causa dessa ida pra diretoria aí, eu é que não vou mais trazer porra nenhuma de super bonder nunca mais pra ninguém nessa escola, velho..."

7 - " A ESCOLA É A SUA SEGUNDA CASA! "

Outra inverdade descarada que apela para o emocional indefeso dos alunos. Os professores falam isso para ver se até o final do ano ninguém derruba uma parede à pesadas ou deixa todas as torneiras abertas do banheiro na sexta-feira no final da tarde... repressores de merda...

Convenhamos: escola nenhuma é segunda casa de ninguém! Se você pegar um jovem mendigo e perguntar para ele se aquela escola recém inaugurada, limpa e cheirando à tinta é tão boa quanto o apertado caixote de papelão molhado no qual ele mora, ele afirmará peremptoriamente: "Nem fudendo!"

Escola é escola, casa é casa! Escola é território inimigo, todo mundo sabe disso! Escola é para destruir; já a casa é só quando nossos pais não estão vendo!

Se a escola é minha segunda casa, cadê o meu segundo videogame? Se a escola é mesmo minha segunda casa, então porque o diretor não anda só de cueca como o meu pai faz? Não faz sentido...

Com o tempo, outras frases derivadas das 7 originais foram surgindo como: " Os inocentes vão pagar pelos pecadores! ", " Eu não pedi para dar aula para vocês! ", " Vocês estão se escondendo atrás do anonimato." , "Vamos parar com essa conversa paralela!" " Vocês estão jogando fora o dinheiro do pai de vocês!", "Eu vou fazer todos vocês cagarem sangue até o final do ano!" e "Quem pode me emprestar 80 reais pra eu comprar um enrolado de salsicha?"

Hoje sabe-se que o professor Sacknulsen começou sua carreira como domador de jacarés em um obscuro circo na Prússia. Depois, foi vendedor ambulante, hipnotizador, curandeiro e vendedor de automóveis. Simpatizante da filosofia de controle de massas de Joseph Goebbles, lecionou anos em uma escola para alunos ligeiramente nervosos. Pedagogo polêmico, lançou livros famosos sobre a reeducação radical de jovens estudantes como "Deixe de Ser Burro", "O Pequeno Cretino", "Guerra Sem Fim: Discentes x Docentes" e o best seller "Cuidado, Repetente!" Foi um dos inventores do marketing político. Fundou uma das primeiras agências de publicidade da Europa e foi grande criador de gado em países do 3º mundo. Terminou seus dias como jurado de televisão de um famoso programa de auditório em Luxemburgo.

Adolar Gangorra, 93 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e era obrigado a levar uma maçã todo dia para sua professora de arco e flecha.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

DROGAS SECRETAS

Atualmente, quando se fala sobre drogas, a maioria das pessoas acredita conhecer (pelo menos de nome...) a maioria delas. Entretanto, existem muitas outras substâncias que foram descobertas ao longo do tempo e diabolicamente disfarçadas para poderem se difundir de maneira mais fácil em nossa sociedade.Tais princípios ativos são parecidos com os já conhecidos: levam ao vício, alteram o estado de consciência e criam algum tipo de problema ao usuário, como, por exemplo, aparência esquálida, cabelos ensebados e olheiras profundas, podendo chegar a conseqüências mais graves ainda como o mesmo correr o risco de virar modelo da Zoomp. Porém, por parecerem elementos inofensivos do cotidiano, são absolutamente legais e por mais chocante que... (ei, isso não são elogios não, porra!)

Mas agora, num furo de irreportagem, a equipe de Os Reis da Gambiarra - "nossos homens na Narcóticos" - e após meses de pesquisa e de clínica de reabilitação, desvenda as mais perigosas "Drogas Secretas"!

MEXICAÍNA

Em 1968, na cidade de Guadalajara a equipe do químico mexicano Robélio Villagoméz sintetizou um poderoso alucinógeno feito à base de peyote, sabão em pó, nylon e tequila escocesa: a Mexicaína. Antes de comercializar a droga nas ruas, Villagoméz testou-as em cobaias em seu laboratório. Entretanto, as vítimas escolhidas não foram ratinhos e coelhinhos e sim os próprios funcionários: um faxineiro, um vigia, uma copeira e muitos outros humildes subalternos vindos da periferia da cidade.

O químico filmou as reações à substância e constatou que a Mexicaína era capaz de produzir uma hiper-regressão mental. As cobaias começavam a imitar idiotas perfeitos; falavam com vozes pueris, vestiam roupas ridículas de criança, trocavam bolachas na cara por qualquer motivo reforçando ferozmente a diferença econômica entre classes sociais e o mais grave: a droga se mostrou capaz de inibir o senso de humor dos usuários, pois, durante os testes, esses se exprimiam da forma mais cretina possível, repetindo palavras e trejeitos infantilóides incontáveis vezes.

Apavorado pelos bizarros sintomas apresentados pelas vítimas, Robélio Villagoméz achou que seria uma monstruosidade inominável traficar seu invento e para não ter prejuízo vendeu os tapes da experiência para a TV como prosaico nome de "Chavez".

Hoje, acredita-se que milhões de pessoas, principalmente crianças e empregadas domésticas, já experimentaram indiretamente os efeitos da Mexicaína...

Mexicaína
Nomes conhecidos: Mexicaína, Chaveína, Kikoína, Seumadrugaína, Sergiomallandrina, etc.
Apresentação: pó e atualmente, áudio-visual
Área de atuação: toda a América-Latina
Usuários potenciais: "Gentalha! Gentalha!"

COSSAFALUS ININTERRUPTUS

Um fungo raro presente na natureza somente em cloacas de galinhas é o responsável por um dos mais infelizes e desconcertantes efeitos no organismo masculino. Ao entrar em contato com a epiderme da genitália do homem, o Cossafalus ininterruptus produz uma micose aparentemente comum, causada por uma toxina estimuladora dos centros de prazer cerebrais e, ao mesmo tempo, alucinógena e bloqueadora das mensagens de saciedade, fazendo com que o usuário sinta uma violenta compulsão para coçar a própria piroca frenética e ininterruptamente durante horas, numa mistura de masturbação alucinatória e de uma coceira do caralho, literalmente falando...

Além disso, esse fungo produz uma ilusão mental insólita, fazendo com que o usuário ache que está apenas afagando suavemente um boneco gigante dos Ursinhos Carinhosos. Mas, na verdade, está com as calças arriadas na frente de todos, absorto num orgásmico surto urticário-masturbatório sem fim, rindo e babando, com a língua pra fora, na festinha de aniversário de sua vizinha de 14 anos... que vergonha!

Com o tempo, a micose causada pelo Cossafalus migra para o saco escrotal, virilha, para depois se alojar confortavelmente na mucosa anal, conhecida nos meios científicos como "oio do cu". A coceira vai aumentando gradativamente, fazendo com que o uso das próprias mãos seja insuficiente para tal ato, sendo já relatados diversos casos de usos de apetrechos auxiliares como lixas d\'água, raladores de queijo industriais e, no caso da região anal, espigas de milho secas, esmeris e gatos angorás e trombas de elefantes com farofa.

Cossafallus ininterruptus
Nomes conhecidos: Coceira do Caralho, Mi-cu-se, Curuba Miserável, etc.
Apresentação: Eca!!!
Área de atuação: pau, virilha, saco, cu e no calção adidas emprestado
daquele seu primo adolescente.
Usuários potenciais: filhos de fazendeiros em geral.

GANJA DE GALINHA

É notório que a Jamaica é uma das maiores consumidoras de Cannabis sativa do Universo. Apesar do possível propósito religioso, o uso da maconha ainda não é legal na ilha. Cientes disso, seus habitantes desenvolveram formas e mais formas de burlar a lei e assim praticarem seu culto ou, por que não dizer, "chaparem total".

Um desses artifícios é a célebre "Ganja de Galinha". A técnica para produzir essa infusão consiste em alimentar pintinhos recém-nascidos exclusivamente com sementes e folhas de maconha. A ave vai crescendo, crescendo e engordando, até que é abatida e posta em água fervente. A carne impregnada de THC desde tenra idade, produz um caldo que, além de muito nutritivo, é inacreditavelmente narcotizante. Além da própria "ganja", aproveita-se também os ovos da galinha no procuradíssimo "ovo estrelado" (vem de estrela mesmo...) ou mesmo um assado especial, que com o tempo, mudou de "frango defumado" para "frango fumado".

Um dos maiores apreciadores dessa culinária entorpecente foi o famoso reggaeman jamaicano Peter Tosh, que por causa de sua grande afeição pela erva, ficou conhecido por seus companheiros e principalmente pela polícia de Kingston, como "Peter Toshico".

Ganja de Galinha
Nomes conhecidos: Ganja de Galinha, Caldo Marley, Sopa de Choize, etc.
Apresentação: com sal e sem sal
Área de atuação: Jamaica
Usuários potenciais: todas as bandas de reggae do mundo!

REPTINEFRINA

Caso raro no qual a substância alucinógena é produzida e consumida no próprio cérebro humano. Acredita-se que a reptinefrina seja um neurotransmissor que atua no hipotálamo, sendo capaz de impedir que a pessoa aja normalmente na presença de um amestrador de jacarés. Durante seu delírio, o fabricante de reptinefrina fica irritado e imediatamente deita-se de bruços no chão, assumindo uma posição reptílica, tentando inutilmente agredir o domador com sua poderosa cauda imaginária. O que é, no mínimo, engraçadão.

Estudos recentes revelaram que os reptinefrômanos sentem-se extremamente fortes e perigosos durante seu surto alucinatório. Porém, foram incapazes de responder a perguntas banais como "Quantas vogais tem a palavra "a""?, "Que time é teu?", etc. Descobriu-se também que, se fosse possível, os pesquisados desejariam viver eternamente como crocodilos, apesar das constantes situações ridículas e vexaminosas as quais estariam submetidos e principalmente pelo medo, segundo eles, de "virarem bolsas, malas e sapatos."

Reptinefrina
Nomes conhecidos: Reptinefrina, R.P.T.N.F.R.N., Síndrome de Wally-Gator, etc.
Apresentação: eletroquímica
Área de atuação: hipotálamo, Pantanal e Le Postiche
Usuários potenciais: George W. Bush e o Jacaré do É o Tchan!

ROSAURA DA SILVA BARBOSA

"ROSAURA DA PUTA QUE A PARIU É A PORRA DA MINHA SOGRA QUE FOI PARASITAR A MINHA CASA DESDE QUANDO EU CASEI, CARALHO!!! "DROGA" É POUCO PARA CLASSIFICAR AQUELA FILHA DE UMA PUTA MISERÁVEL QUE VAI MORRER LOGO, LOGO, BROTHER!!! ELA SÓ FAZ COMER, DORMIR E FALAR MAL DE MIM PARA A MINHA MULHER, MEUS VIZINHOS E PARA O VALDIR, O MEU FILHO DE 4 ANOS! ASSIM NAO HÁ CU QUE AGUENTE, MEU IRMÃO!! MINHA MULHER SE VICIOU NAQUELA VELHA DESDE PEQUENA E ATÉ HOJE CHAMA AQUELA ESCROTA DE "MAMÃE"! "MAMÃE É O CARALHO, RAPÁ!!!"HOJE À NOITE EU VOU ENFIAR UMA FACA DE CHURRASCO NAS TRIPA DELA ENQUANTO AQUELA FUDIDA ESTIVER DORMINDO PARA ELA FICAR ESPERTA E PARAR DE RECLAMAR DE TUDO, PORRAAAAAAAA!"

Rosaura da Silva Barbosa
Nomes conhecidos: Rosaura da Silva Barbosa, Jararaca, Velha Filha da Puta, Prostivagaranha, Rosaura - a Dinosssaura, Sogra-Coral, etc.
Apresentação: a pior possível...
Área de atuação: lá em casa e logo, logo, no asilo!
Usuários potenciais: minha mulher, meu filho e o matadouro.

Adolar Gangorra tem 78 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e nunca acreditou que até Santos Dumont que era caretão, fumou um baseado e inventou o avião porque, se fosse assim, o Pablo Escobar teria inventado o teletransporte do Star Trek e teriam feito uma musiquinha escrota dessas para ele também.

LOUCURA NO ASFALTO

Hoje em dia é comum vermos na mídia reportagens e mais reportagens sobre as chamadas "corridas de fundo". Todas acabam exaltando o esforço dos atletas e a incrível dureza do percurso. Porém nenhuma é tão famosa e desgraçada como a temível Maratona, a avó entrevada,encardida e ranheta de todas as corridas! Há pouco vimos o caso do corredor brasileiro que, prestes a ganhar a Maratona olímpica, foi abalroado por um padre irlandês que imediatamente foi taxado como louco. Mas, se analisarmos toda a história dessa prova, será que o tal padreco seria realmente o verdadeiro maluco da história?Na Maratona tudo é obrigatoriamente grande; o nome, o percurso, o número de participantes e principalmente o saco de quem consegue acompanhar uma corrida dessas até o final. Como se sabe, tudo começou na Grécia em 490 a.C., na planície de Maratona, onde gregos e persas guerreavam por motivos tão nobres e sérios como um caroço de azeitona. Após os helênicos darem um pau servido no inimigo, alguém teve a brilhante idéia de avisar a moçada em Atenas sobre a vitória. Diz a lenda que essa agradável tarefa coube a um soldado raso chamado Feidípedes, que prontamente saiu em desabalada carreira para cobrir os 40 quilômetros que separavam a tal planície de Atenas. Resultado: após matar gente a manhã toda, Feidípedes correu 40 mil metros debaixo do sol escaldante do mediterrâneo e, ao chegar, teria dito: "Alegrai-vos, nós vencemos!" E caiu mortinho no chão... Troço chato, não? Deu pra notar que a tal Maratona começou mal pra burro! Nota zero em marketing! Quem, em sã consciência, iria se interessar por uma prova em que o primeiro corredor morre no final? Atirar em maços de cigarros com espingardinhas de rolha no domingo à tarde em um parque de diversões lascado do interior daria mais prestígio esportivo! Mas também não poderia ser de outra forma menos trágica. 40 km? É um absurdo de percurso! Até de carro cansa! Você, quando quer dar uma voltinha no seu automóvel só pra sair de casa, não anda 40 quilômetros! "Pô, não deu pra me distrair ainda não... só andei 33 km até agora....!"

Está na cara que o mártir do esporte, Feidípedes, não era outra coisa senão um desertor de primeira! Deu no pé na primeira chance que lhe deram! Só que na hora de fugir, ficou nervosão, correu na direção errada e acabou dando de cara com seu próprio pessoal. Deve ter morrido é de raiva mesmo! Se não foi isso, o tal Feidípedes devia ser um fofoqueiro compulsivo! Aquela distância toda só pra contar uma novidade? Francamente...

Infelizmente, nos dias de hoje, essa corrida auto-flagelante foi ficando incrivelmente popular. É a grande prova de resistência das Olimpíadas (e de desistência também). Ninguém agüenta direito! São 42.195 kms de puro tédio! Ah, você acha golfe chato? Então experimente assistir uma maratona pela televisão. Aí você vai ver o que é CHATO de verdade! É a prova de fogo pra qualquer narrador! Ele vai ter que contar piada, cantar, dar receita de bolo, fazer o mapa astral dos telespectadores, etc. para manter a audiência... Simplesmente não dá!

A Maratona é tão bizarra que acabou forjando o mais tresloucado de todos os atletas: o maratonista! Sim, aquele sujeito magro, soturno, com a fronte sempre franzida e com um número pendurado no peito. Não, não é um interno de uma instituição manicômio-judiciária, mas bem que poderia ser! A verdade é que o maratonista é um compulsivo-obsessivo de short e camisetinha. Tinha que estar internado! Assim como existem alienados que optam por se tornarem trekkers, Paquitos e torcedores do Matsubara, os maratonistas apreciam sair trotando pela rua durante umas duas, três horas seguidas. Ah, que agradável! Coisa de louco furioso, sem dúvida! A verdade é que a Maratona é uma das mais insidiosas formas de loucura disfarçadas de esporte! Esporte? Deveria estar no mesmo patamar desportivo da queimada, da cama de gato, do par-ou-ímpar e olhe lá!

Mas não, resolveram achar o tal religioso irlandês é que o lesado da história!O padre não foi tão porra louca assim não! Pelo contrário, ele foi o único sujeito são da parada! Ele só estava tentando impedir o corredor brasileiro de se auto-imolar como Feidípedes fez, pedindo para que ele parasse com aquela loucura anaeróbica que não faz bem a ninguém. Ao agarrar o maratonista ele devia estar pensando: "Vamos meu filho, Deus te perdoa! Pare com essa putaria, por favor! !" E o que aconteceu com ele? Foi preso, condenado e humilhado mundialmente pois só estava tentado ajudar ao próximo. E o corredor brasileiro? Esse virou herói...

Assim como Feidípedes, o homem que transformou a maratona em "corrida de fundo" para "corrida defunto", qualquer um desse ditos "heróis" pode entrar também pra história de modo bem parecido. É só achar que Atenas não é tão longe assim. Coisa de louco realmente...

Adolar Gangorra, tem 94 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e já chegou em 1º lugar em uma Maratona dentro de uma ambulância.

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