quinta-feira, 23 de abril de 2009

HOMEM NÃO DANÇA!

Dentre as inúmeras mentiras sociais, a dança protagonizada por homens é uma das mais populares, insidiosas, patéticas e humilhantes. Tal qual as campanhas publicitárias, programas de governos para erradicar a fome e a utilidade das revistas sobre celebridades, a falácia de que os homens gostam de dançar espontaneamente esconde mais significados obscuros e neuroses coletivas do que se possa imaginar. Mas, hoje em dia, na sociedade dita moderna, as mulheres - sempre elas... - resolveram exercer uma pressão enorme para que o gênero oposto faça o mesmo que elas fazem, sem que elas expliquem muito o porquê. Ou seja, ficar se contorcendo constrangedoramente de um lado para o outro ao som de uma música babaca qualquer.

A verdade é que homem não dança. Não é da sua natureza. Ele tem outras prioridades como, por exemplo, beber água, sexo, ganhar do rival, sexo, cagar no mato, sexo, etc. E também sexo. As mulheres deveriam ter outras prioridades também como emagrecer e chorar menos, mas, entre elas, essa atividade coreográfica bastante questionável é idolatrada e vendida como a coisa mais importante do mundo. Homem nenhum vê sentido nisso. Prefere fumar um cigarro qualquer ou dormir no sofá de bermuda, sem cueca, e com uma das bolas pendurada pra fora. Homem não dança e todo mundo sabe disso. Bem, quase todo mundo...

Há provas e mais provas de cunho antropológico que homem não dança de verdade. Entretanto, em todas as culturas primitivas, temos a dança e na maioria desses casos, há homens liderando o processo. Antropólogos e outras espécies de vagabundos se comprazem com esses rituais esdrúxulos, enxergando neles inúmeros e importantes significados ocultos onde há somente, por exemplo, micoses em lugares difíceis de coçar. E o que nós, hoje, filhos da luz elétrica e da penicilina, achamos que são homens dançando por prazer e diversão, na verdade, são seriíssimas e enfáticas manifestações de intuito comunicativo com o Além. Sim, amigos, na verdade, são pedidos desesperados para entidades invisíveis para que mandem uma mísera chuvinha após 20 anos de seca inclemente ou apenas um agradecimento sincero pelo simpático fato de a tribo rival ter deixado somente cinco membros meio vivos no último massacre. Então, os caras apelam para chamar atenção de seus deuses, apresentando um monte de trejeitos corporais extremamente dramáticos, ridículos e comprometedores, correndo de um lado para o outro, sacudindo os braços para cima, desesperados, batucando e gritando alguma ladainha ininteligível, aquela papagaiada toda. Não é dança coisa nenhuma. É histeria mesmo.

Mas foi nas sociedades atuais onde a dança revelou de modo pleno seu verdadeiro significado: o de total inutilidade. Entretanto, as representantes do sexo feminino resolveram mascarar tal fato conferindo ao bailado o status de atividade fundamental para a civilização e mais ainda: resolveram infligir essa palhaçada aos pobres homens!

As mulheres insistem em que seus opostos em gênero devem dançar e isso, na verdade, é uma merda. Elas não sabem, mas homem nenhum dança porque tem vontade. Os que dançam o fazem por motivos rasteiros e inconfessáveis ou então porque não passam de debilóides mesmo. São aqueles pregos que querem parecer uns caras legais, compreensivos e "evoluídos" para as garotas. Eles observam e mimetizam comportamentos que as mulheres endossam, tal qual calangos microcéfalos, só para obter, via de regra, ganho sexual. E a dança é um desses comportamentos. Eles estão lá unicamente para rapinar as mulheres que, inocentemente, acham que homem adora dançar! E elas, coitadinhas, não poderiam estar mais equivocadas... Os sujeitos que se propõe a dançar, na verdade, são do tipo que depois que conseguem inserir um certo apêndice corporal sem osso em várias reentrâncias da jovem tolinha, não estão mais aí se as boites da região vão virar casas de bingo ou se o Grupo Corpo não vai passar mais pela cidade deles.

Muitos desses picaretas irão jurar de patas juntas que gostam mesmo de dançar por uma razão muito simples: essa mentira funciona mesmo para as mulheres. E como funciona! Elas precisam acreditar que o cara está adorando estar ali balançando a cabeça e a bunda, sorrindo, parecendo um idiota, do que jogando futebol e gritando palavrão com os amigos.

Ah, como é óbvia essa farsa! Se elas vissem a verdade não iriam vibrar tanto ao som de "I Feel Good" do James Brown, sem dúvida, a música mais tocada nos últimos 200 anos nas pistas de dança brasileiras ou de "Mr. Jones", do Counting Crows, sem dúvida, a música mais escrota tocada nos últimos 200 anos nas pistas de dança brasileiras.

Há todo um ritual para que esse teatro aconteça. Eles chegam na boite, compram uma cerveja long neck, daquelas da garrafa modernosa e ficam lá fingindo que estão gostando de fazer aquele papel ridículo. É tudo aparência. Aposto que ninguém nunca viu um cara desses abordar um grupo de gatinhas carregando uma garrafa normal de cerveja, de 600 ml sem rótulo, a famosa "long neck de bebum". Depois vão se aproximando lentamente, fingindo que estão dançando - o que é extremamente constrangedor - dão uma checada na rabiola da garota antes para ver se vale à pena aquele sacrifício coreográfico e depois ficam lá pulando levemente, rilhando os dentes, fazendo parecer que estão gostando de se expressar corporalmente ao som de... Madonna! Eles, na verdade, estão mandando uma mensagem não verbal pra as garotas: "Viu? Eu sou um cara legal! Não sou um machão! Estou aqui dançando com você, gatinha! Então, pode dar pra mim hoje mesmo, ok?" Pois é, nesses vagabundos, tudo aparência e nenhuma decência! Ah, em tempo: esse tipo de cara está pouco se fudendo pra maluca da Madonna!

A prova que homem não dança mesmo é que esse tipo de panaca não sai com os amiguinhos pra dançar por aí. Garotos de 14 anos não ligam uns para os outros pra irem dançar em grupo, ligam? "Alô, Marquinhos? É o Pedro. Aí, vamos sair dar uma dançada? Pô, acordei hoje com vontade de chacoalhar o esqueleto..." Eles ligam sim para marcar para fazer merda, tipo pichar paredes públicas, jogar ovo em travesti, dar porrada uns nos outros, etc. Não parece ser mesmo da essência masculina ficar balançando o corpo e soltar uns gritinhos agudos com os braços pra cima. Ou seja, homem não dança mesmo.

Outro dia, estava eu com velhos colegas de cátedra, conversando sobre assuntos importantes como o teorema de Fermat, o problema da dualidade matéria-energia e qual das Meninas Superpoderosas vai engravidar primeiro, quando uma aluna deles bem bonita (para não dizer boa para caralho!) veio a ter conosco. Depois de algum tempo de conversa sobre hábitos sociais, a moça se dirigiu a mim e perguntou: "Você dança? Respondi: "Não. Sou homem, minha filha!". Meus dois amigos, que há horas estavam tentando impressionar a pupila, viram na expressão de estranhamento dela uma oportunidade para angariar prestígio com a jovem e começaram a afirmar categoricamente que "amam dançar", que são "dançarinos habituès", que "a dança faz bem ao corpo e ao espírito" e outras cretinices do gênero. A garota adorou o lixo que ouviu e fez cara feia pra mim o resto da conversa, o que considerei justo pois fiquei satisfeito por ela achar que estava certa e eu errado. Como sabemos, a mais densa ignorância também pode funcionar como uma forma de felicidade rala. Quanto aos meus companheiros, soube depois, que essa mentira ridícula não se converteu em ganho sexual para ambos. Coincidentemente, a aluna foi reprovada nas matérias dos meus dois chapas "bailarinos".

O famoso balé clássico é a prova que só as mulheres dançam mesmo. É claro que também temos homens (ou pelo menos seres humanos portadores de aparelho reprodutor masculino) nesse meio. São expressivos, com olhares penetrantes, inquisidores, lânguidos, misteriosos, "pidões" até. Usam uma maquiagem carregada, malhas apertadas que deixam aparecer todo seu sistema circulatório e que grudam na bunda que nem um adesivo industrial. Possuem o andar saltitante que lembra o de uma gazela arisca na relva e... bem, como disse, o balé clássico é prova que só as mulheres dançam mesmo!

Existem homens que tem que dançar por força de ganho salarial e isso não põe em dúvida sua masculinidade. Põe em risco sua sanidade mental, isso sim! São relatadas inúmeras formas de desvio psicológico causadas por traumas de infância, dívidas com o demônio, carmas medievais e pauladas na cabeça que justificam a dança por homens e que, infelizmente, podem levar um bom funcionário público em potencial a optar pela expressão corporal. Triste, não? Fred Astaire era um gênio hiper-coordenado, sem dúvida, mas é óbvio que ele teria prestado melhor serviço à humanidade como dentista. Ou você vai dizer que ele não tinha a MAIOR cara de um? As mulheres se derretem ao ver aquele cara da dança celta com as mãos na cinturinha, sorrindo e dando uns saltos esquisitos pra cima e uns chutões com a perna reta igual a um cavalo adestrado. Nós, homens, só conseguimos achar engraçado pra caralho ou que ele esteja com um guarda-chuva aberto socado dentro do cu. E tome chute pra cima, né, Seu Baitôla? Como disse, sanidade 100% preservada!

Há tipos de dança onde os homens predominam, como, por exemplo, o sapateado. Essa técnica poderia muito bem ser classificada como uma forma de neurose severa, mas é ensinada em academias para jovens inocentes. Tudo bem que existiram sapateadores que levaram essa sandice à perfeição como Gregory Hines, Savion Glover e o espetacular Sammy Davis Jr., mas prefiro lembrar do tap dancing por meio daquela imagem clássica do imbecil batendo freneticamente os pezinhos a esmo no chão, com um chapéu de palhinha na cabeça, usando um paletó listrado e sacudindo uma bengala com as mãos pra cima e pra baixo e com o sorriso mais idiota do mundo na fuça! É até triste ver um ser humano em uma situação tão desesperadora e humilhante. Ah, isso sim é que é o sapateado pra mim... O despropósito inconseqüente e acéfalo em forma de dança! Mas se esse tipo de bailado não é praticado em boites e festas de casamento é porque os homens que dominam esse ofício não o levam tão a sério assim e não precisam impingir esse mambo-jambo inútil ao resto da população mundial. É mais um divertimento cretino, uma perversão, e não uma ação meticulosamente orquestrada para angariar prestígio com o sexo oposto. Ao contrário das mulheres que exigem que você saiba de cor a "dança do maxixe" só para ela achar você um cara bacana!

Temos também a dança em pares mistos, que as mulheres adoram. Mas forró, tango, lambada, dança de salão, etc. não passam de desculpas pra haver algum atrito entre a genitália de ambos os sexos. Cheek to cheek? Na verdade, seria muito mais para "Penis to clit". Depois da revolução sexual na década de 60 não se inventaram mais coreografias onde homem e mulher bailam colados. Por que? Porque isso era um pretexto para o casal ficar se sarrando e somente isso. Depois que as pessoas puderam copular sem tantos artifícios, só se dança separado. Existe dança tecno agarradinho? Se existir, é entre dois rapazolas e olhe lá e um deles vai estar de costas pro outro. O famoso menestrel Juca Chaves conta que em seus tempos de bailes "anos dourados", botava um drops em um bolso frontal da calça para que sua par logo o percebesse e se colocasse do lado oposto da "balinha", que era o lugar onde seu verdadeiro membro estava repousado. Coisa de gênio, sem dúvida.

As representantes do sexo feminino poderiam ser mais razoáveis e não exigir que os homens dançassem com elas. Se elas fazem tanto questão da presença masculina nesse ritual constrangedor e desnecessário, poderiam se exibir ritmicamente para os homens em festas, boites, casamentos, etc. e estes, sentados, aturariam essas performances coreográficas embaraçosas e assim satisfariam a obsessão sem sentido de suas esposas, namoradas e amigas. Ah, e se elas fossem tirando a roupa, seria melhor ainda! Puxa, é verdade, já existe esse tipo de "dança", né? As mulheres endossam também esse tipo de dança também ou não? Pô, mas é DANÇA, não é? Pensando bem essa é a única que nós homens achamos gostamos de participar de verdade, podem acreditar!

Adolar Gangorra, 54 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e sempre segurou a criança!

domingo, 19 de abril de 2009

A ROUPA DOS SUPER-HERÓIS

Você confiaria em um bombeiro que vestisse um casaco de nylon e um chapéu de palha? Torceria por um jogador de futebol que usasse calça jeans em campo? É lógico que não, né? Todo mundo sabe que para cada tipo específico de função exercida, uma roupa apropriada é mais do que necessária. O traje tem que ser adaptado ao ofício para conferir credibilidade ao trabalho que se propõe a fazer. A indumentária do profissional tem que ser mais adequada possível a sua atividade. Eu disse "todo mundo"? Bem, tudo indica que os famosos super-heróis, tão e populares hoje em dia, parecem desconhecer essa regra tão básica...Em tese, eles são seres desenvolvidos, inteligentes e com extremo bom senso. Querem nos ajudar. "Combater o mal e servir toda a humanidade", salvar o planeta, esse blá, blá, blá todo. Mas como levar a sério essas premissas se eles se vestem como uns idiotas? Não dá pra acreditar muito, concordam? Como dizem, se a primeira impressão é a que fica, creiam, não deve ser boa a impressão inicial ao nos depararmos com um cara vestido com malhas justas, botinhas, luvinhas, capa, tudo com umas cinco cores diferentes. Você pensa: ou é um travesti ou é um flagelado! Não há nenhuma lógica na escolha de suas roupas. Então, deve ter algo de muito errado aí...

Comecemos pelo óbvio. O que faz parte do dia-a-dia de um super-herói? Sair na porrada, basicamente... Distribuir socões, chutes na boca, cabeçadas, fritar os outros com raios, etc. Isso sim faz parte de sua rotina, não? Ah, você já viu alguma história em quadrinhos, desenho animado ou filme onde o herói quer trocar uma ideia, conversar, avaliar, negociar a situação com o vilão? "Ora, Dr. Destruição, pense bem... você acha mesmo que aniquilar o planeta com seu raio da morte vai satisfazer os seus anseios mais profundos como entidade do mal?" Não rola, meu chapa!

Não, não existe o "Super-Negociador" e muito menos o "Capitão Conversa"! Não tem essa de diálogo não: é o pé na cara do outro só pra começar! O super-herói não joga conversa fora: desce a porrada e pronto! Se não houvesse violência - chamemos de "ação" - eles não seriam um sucesso comercial. Então, já que a "ação" é a alma do negócio, os super-heróis deveriam se vestir apropriadamente pra distribuir "ação", digo, porrada com eficiência, em vez de parecerem uma banda da época da discoteca! Seria o mínimo necessário para não ofender tanto a inteligência dos leitores e para dar menos trabalho para os desenhistas!

Tracemos um paralelo com a realidade. Em se tratando do caso em que o ofício diário do sujeito envolve doses maciças de esforço físico como os lutadores de MMA, por exemplo. Com físicos similares aos dos super-heróis, esse atletas não vão treinar nem participar de competições vestidos com capas, máscaras, cintinhos, etc. Vão para o pau só de calção e olhe lá! É o lógico! E os lutadores de Sumô? Combatem usando malhas justas, capas e adereços ridículos? Claro que não! Usam só um cinto que cobre a cintura, o pirulitinho, o cuzão e, infelizmente, deixam aquelas bundas aviltantes (argh!) de fora! Apesar de nojento, seu traje é um primor de eficiência e simplicidade! Mas o Batman, esperto e malandrão como ele só, gasta três horas todo dia para pôr aquela roupa toda, cheia de merdinhas, para se engalfinhar com a marginalia de Gotham City...

Qualquer meliante na vida real, por mais burro que seja, se tiver que sair na porrada com o Homem-Morcego, a primeira coisa que irá fazer será agarrar naquela capa de bicha para estrangular o zé mané ou tapar a cara do próprio para encher o Sr. Wayne, o gênio da moda, de porrada! Aaah, Batman, morceguinho vaidoso... Merece apanhar mesmo!

O problema da roupa do Batman é tão constrangedor que na famosa série de tv dos anos 60, ele e Robin, seu difamado pupilo apanacado, pulavam com roupas normais em um cano desses de corpo de bombeiros (nossa, que metáfora!) pra aparecerem na Bat-Caverna já vestidos com seus respectivos trajes de guerra! Tiveram que inventar uma linguagem de tempo elipsado! O seriado estava tentando nos dizer que esse problemão não dava pra resolver mesmo... O nome já diz: BAT-MAN. Ora, ele vive pra "BATER" em "HOMEM"!!! Não precisa se vestir igual ao Clóvis Bornay no Carnaval. Era pra andar só de sunga - preta, vá lá...

Ah, essa tal capa! Essa é quase uma obsessão de tão reincidente. Esse negócio de herói usar um pano amarrado no pescoço é sem sentido e ultrapassado demais! O problema da capa já foi abordado sabiamente no desenho animado "Os Incríveis", lembram? Então? Todo mundo acha ridículo!

Mas para que serve a capa? Porque eles teimam em usar esse troço? Para voar é que não é. Não ajuda no voo porra nenhuma! Só atrapalha. Vai contra as leias mais básicas da Física! Ao voarem, a capa tremeria absurdamente, faria um barulho enlouquecedor (tente estender um pano a 800 km por hora!). O Super Homem quando está cruzando os céus, obviamente, seu elegante manto vermelho dorsal se entende "baloiçante" pra trás. Entretanto, quando ele freia no ar para descer, ele não cai por cima do próprio, gerando uma situação ridícula ao cobrir sua cabeça? Mas a sua capinha pára retinha como se fosse feita de fibra de vidro! Não dá, né?

A capa vem dos antigos militares europeus que a utilizavam por causa do frio, tipo os Três Mosqueteiros. Não é nada mais nada menos que um proto-casaco. Sua função era mais de proteção contra as baixas temperaturas. Daí o gênero "capa e espada" e não "capa e visão de raios-x"! Mas, na absurda indumentária dos super-heróis, a capa é um acessório imprescindível para se poder sair voando por aí. Bem, temos uma série de panacas que teimam em usar esse troço: Batman, Robin, Spawn, Super-Homem, Capitão Marvel, Capitão Caverna, Falcão Azul, etc. PRA QUÊ??? Na boa, capa é coisa de idiota mesmo.

Há uma lista infindável de super-heróis que são famosos por sua popularidade, mas que se vestem como se fossem para uma festa à fantasia. Vejamos: Mulher Maravilha: corpete tomara que caia, botas com salto alto, calça maria-mijona cheia de estrelinhas - na boa, parece uma brega - braceletes, tiara, ainda um laço de vaqueiro como adereço! Como se veste mal! Admira-me muito ela ganhar uma briga! Com um traje esquizofrênico como esse, os peitos pulariam pra fora no primeiro soco, a tiara voara longe, ela torceria o tornozelo correndo com aquele saltão. Ela se veste tão mal que deveria ser conhecida como "Mulher Maltrapilha"! Parece uma perua, a coitada!

O Fantasma, o "Espírito que Anda" é mais um caso de roupa errada. O "Espírito que Anda Mal Vestido", isso sim! Outra ocorrência de total ignorância sobre onde ele vive. O cara mora numa selva e usa um traje colado no que só deixa aparecer meio por cento do seu corpo. O calor que deve fazer naquela merda! Ele ainda usa a famosa cueca por cima da roupa!

Nos famosos X-Men, todos se vestem também que nem uns mendigos, é sabido, mas o tal de Wolverine realmente se destaca. Usa um corpete - mas que constrangedor! - amarelo e azul, que não condiz nem um pouco com sua imagem de casca-grossa. Parece uma roupa nova de criança de cinco anos em festinha de aniversário. Isso não é um super-herói, é uma embalagem de picolé! Ele deve ser daltônico! "X" para ele e para seus amiguinhos em matéria de guarda-roupa!

Quem não se lembra de Robin, o Menino-Prodígio? Máscara diminuta, sunguinha verde, franjinha apanacada e capinha amarela. Parece um abobado! É realmente um "prodígio" de bizarrice visual! Nenhum vilão levaria a sério um garoto de voz fina e cabelo penteado para o lado que usasse uma coisa tão esdrúxula! Desceria a porrada na jovem gazela com mais vontade ainda!

Agora, há um super-herói que não há a menor dúvida que é um acéfalo completo mesmo por causa do costume que escolheu desfilar por aí. Não vou falar do traje colado no corpo todo, não vou mencionar as botas com bainha estilo medieval, as luvas enormes de drag queen, o desenho e as cores do uniforme imitando a bandeira norte-americana e ainda o trambolho de um escudo de merda inútil. Agora, sobre o PAR DE ASINHAS nas têmporas, aí não tem jeito!!! Pra que serve aquilo??? É ridículo!!! Esse tal de Capitão América usa uma dos uniformes mais escrotos do mundo!!! O cara é pião demais!!! Deveria ser rebaixado à "Recruta América-Central!! Asinhas na cabeça? Francamente...

Milagrosamente temos raros super-heróis com inteligência indumentária: Namor, o Príncipe Submarino, Surfista Prateado e o Coisa. Usam uma sunga básica e acabou. É triste, mas esses três têm enorme bom senso, mas não são muito populares! Talvez no dia em que o Namor vestir uma calça jeans apertada e um poncho, ele comece a vender bem!

E o pior é que terno e gravata no mundo dos super-heróis é tratado como anomalia! Tanto que dois vilões - Lex Luthor e Mestre do Crime e um careca paranormal - Professor Xavier - usam!! Nesse universo, se vestir bem é sinônimo de mau caráter e esquisitice!

Então, na próxima vez que você ver um desses super-heróis por aí, tente observar se suas roupas fazem algum sentido. É um pássaro? É um avião? Não, mas parece ser um cara SUPER mal vestido...


Adolar Gangorra tem 91 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e usa uma identidade secreta para poder comprar revistinhas só com super-heroínas suecas com uniformes bastantes sumários...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

REBELDES SEM CALÇA!

Na chamada aldeia global descrita por Marshall Mcluhan é comum sermos submetidos a produtos de entretenimento com conteúdos e estética duvidosos. Na verdade, lixo audiovisual da pior espécie, por assim dizer. Ou seja, volta e meia nos deparamos com produções nulas em valor intelectual, com exagerado apelo emocional e, acima de tudo, com uma mensagem maquiavelicamente dissimulada para disparar consumos em massa. E assim, com o passar dos anos, fomos nos acostumando com bizarrices como Menudo, Cavaleiros do Zodíaco, Back Street Boys, Xou da Xuxa, etc., achando que esse tipo de loucura é normal.

Entretanto, recentemente, o desprezo pelos neurônios das pessoas comuns foi levado ao extremo por nossos amigos mexicanos - sempre eles - com a germinação de uma dita novela para adolescentes que enganosamente tem o gaiato título de "Rebelde". Antes de qualquer coisa, deixemos bem claro que esse Rebelde aí não tem absolutamente nada de rebeldia! Em forma de entretenimento popular essa novela carrega em seu bojo uma mensagem nada subliminar de conteúdo erótico para seu público-alvo que, pasmem, são as pobres crianças e pré-adolescentes!

Sim, pais distraídos: sexo! Essa coisinha que, se bem inserida dentro de qualquer embalagem mal ajambrada, é capaz de transformar seus filhinhos em zumbis desesperados e vender até porta-aviões! Dessa vez os astecas foram longe demais. Também pudera, tanto se especializaram em cruzar as fronteiras dos outros, que agora esses centro-americanos fãs de tourada passaram mesmo dos limites com essa história de novela sobre sua juventude supostamente não conformista.

O México é um país com uma bela tradição de resistência cultural e política e que tornou famosos para o mundo figuras como Emiliano Zapata, Subcomandante Marcos e Frida Kahlo. Mas o caso agora apresentado parece mais ser de "desistência cultural" mesmo. Eles resolveram incinerar o próprio filme exportando uma produção que alega ter como diferenciação a atitude de seus jovens. Na verdade, Rebelde não passa de uma historieta vagabunda que tece uma trama rasa e sentimentalóide, com aquela lengalenga clássica de romance e intrigas, mas que utiliza um forte apelo sensualista para pré-adolescentes e crianças, mal disfarçado como dramaturgia de boa qualidade. Nada poderia ser tão contrário ao título! É sexualidade latente embalada para vendas e somente isso! "Compre nosso produtos para virar um rebelde também!"

Os mexicanos são conhecidos produtores de excrementos televisivos desde a época da famigerada Gloria Magadan. Suas novelas estapafúrdias brotaram uma ramificação maléfica aqui no Brasil, como é comprovado nos dias de hoje por bizarrices como "Malhação" e inúmeras outras torturas. Já exportaram para cá demências pesadas como "Carrossel", "Chispita", "Os Ricos Também Choram", (eu preferiria "Chisputa" e "Os Chorões Também são Ricos"!) e o famoso Chavez. Hoje está na moda dizer que "Chavez" é legal, mas você sabe muito bem que aquilo é um atestado supino de imbecilidade e idiotia. Mas se você gosta mesmo, parabéns: sua lobotomia foi um sucesso! Ou seja, tem sido um bombardeio sem fim de escabrosidades que mediocrizam cada vez mais a massa ignara de telespectadores, sempre fazendo mais vítimas entre as incautas e inocentes crianças (e um bom número de empregadas domésticas, é claro...)

Autopsiemos esse cadáver mal perfumado em forma de telenovela que é Rebelde. A "história" se passa em uma escola de para ricos no México, a tal Elite Way School, freqüentada por adolescentes interpretados por atores (licença poética) que na verdade são adultos já fisicamente formados. Na boa, eles não parecem alunos de Ensino Médio e sim universitários! É todo mundo meio velho lá! Ou eles são os maiores repetentes da história ou tem hormônio demais no frango do México!

Segundo a sinopse dessa "novelha", lá eles irão "viver conflitos e paixões, superar desafios e aprender a lidar com valores como respeito, sinceridade, egoísmo, orgulho, amor é ódio." Conversa fiada. Se você assistir 1 segundo de Rebelde vai sacar na hora que eles estão lá basicamente para trepar uns com os outros e pronto! Isso fica muito claro só pelos uniformes sumaríssimos das alunas que fariam corar uma stripper! Saias curtas, camisas abertas e gravatas soltas? Pelo uniforme já dá pra ver que essa parece ser a escola mais liberal do mundo! É o sonho de todo hippie! As mulheres usam mini-saias mais curtas do que muitos cintos! Rebeldes sem causa? Rebeldes sem calça, isso sim! Que diabo de ESCOLA é essa? Ninguém estuda naquela merda! Fazem a Escolinha do Professor Raimundo parecer ter alunos aplicados. E desde quando "egoísmo, orgulho e ódio" são valores? E ninguém falou nada em aprender cálculo, capitais da Europa e ortografia... Que ótima instituição de ensino essa, hein?

Vejamos o elenco principal. Nele, há um sujeitinho chamado Alfonso que faz o tipo do latin lover, mas que na verdade parece um night-boy de subúrbio. Pelo estilo de sua atuação (sic) ele dá a firme impressão de ter o Cigano Igor como seu maior exemplo em dramaturgia. Alfonso vive com uma expressão séria de galã de padaria e é vendido como o bom moço da novela. Mas, volta e meia, o pateta aparece sem camisa, ostentando umas pinturas infantilóides e sem sentido no corpo e na cara. Aqui no Brasil, no máximo, pegaria a contracapa da G Magazine!

O elenco feminino de Rebelde pode ser facilmente confundido com um casting de um filme de sexo explícito. Desde roupas que ofenderiam a nudistas à poses e expressões sensuais, tudo nele é arquitetado para exalar luxúria, lascívia e superficialidade e intuir a meninas inocentes que uma boa atitude social no futuro está atrelada a parecer uma vagabunda. Dá medo saber que garotinhas de 8, 10, 13 anos têm essas "mulheres experientes" como modelos de comportamento!

A protagonista Mía faz o gênero femme fatale, mas que se você a visse encostada em um muro na rua poria a mão no bolso e perguntaria quanto ela está pedindo. Vejamos a primeira frase que temos sobre sua personagem na sinopse "planeja transar com Miguel...", "...ela simplesmente está sempre preocupada com aparência." Puxa vida, que ótimo modelo de comportamento para a juventude!

Depois há uma outra maluca que escolheu o ótimo nome artístico de Dulce Maria (Doce Maria!!!) e que na novelinha recebeu o "estranhíssimo" nome de "Roberta". Faz um tipo qualquer e vive em clima de guerra com Mía. O que faz sentido pois duas profissionais do mesmo ramo irão sempre disPUTAr a atenção dos homens...

Inacreditavelmente uma outra personagem foi batizada de Lupita! Deveria se chamar "Luputa", isso sim, devido aos seus trajes indecentes e cara de santinha do pau oco!

Um outro coitado que carrega um nome típico de novela é Diego Bustamante. BUS-TA-MAN-TE! Diego sempre aparece nas fotos com cara triste, meio emburradinho. Também pudera, aparentando um qi de 14, pensou que iria fazer parte da Royal Shakesperean Company, mas quando olha para o lado... Compreende-se assim porque o jovem mancebo sempre está com semblante tão obscuro e contrariado nas fotos...

Temos também o caso clássico do jovem pederasta que se faz passar por machão ludibriando as pobres ninfetas sonhadoras que instintiva e cegamente estão ávidas por descobrir as fortes emoções do amor por meio de sua figura bisonha e esquizóide. Mas, nesse caso, lidamos com um formidável espécie de picareta que mais parece um interno da Febem e que pinta os cabelos de corres berrantes para desviar a atenção de sua feição facial de primata. Na expressão dúbia e lasciva de Giovanni, um adulto experiente percebe na hora que naquela corrente sanguínea já circularam litros e mais litros de esperma introduzidos pelos mais diversos e inusitados orifícios. Entretanto, a jovem meninota impúbere realmente acreditará que o pilantra lá é homem e que pode sim se apaixonar por ela no futuro e virar pais de seus filhos! Mais fácil o Congresso brasileiro se preocupar com sua imagem!

Então, o que fazem as jovens mancebas para seguir com sua quimera romântica? Obrigam seus pais a COMPRAR tudo que tiver a ver com seu eleito como se fosse o pagamento de um dote! Bom, a verdade é que o "ator" que desinterpreta o tal Giovanni é casado com outro sujeito desde 2005 e ficou quietinho, quietinho desde então. Só revelou sua verdadeira preferência sexual por organismos anatomicamente iguais ao dele depois que fotos de seu matrimônio com um brother no Canadá vazaram na internet, fingindo anos que gostava de mulher para dragar mais ainda o pobre dinheirinho de jovens leigas moçoilas! Esse aí não segurou a onda do "papel" de HOMEM mesmo... Êta trabalho difícil, né, Giovanni? Vá ser "rebelde" assim lá longe!

E, lamentavelmente, como não poderia deixar de ser, tudo nesse campo de subprodutos culturais de escala global acaba descambando sempre em MÚSICA! É verdade, amigos. Infelizmente esse equívoco em forma de novela gerou um "subgrupo musical" que teima em excursionar por aí apresentando seus delírios sonoros, o tal de RBD. Esse "negócio" é formado, infelizmente, pelos atores (desculpem) que interpretam (desculpem 2) os personagens listados mais acima e que resolvem cantar e dançar - isso sim, não tem perdão - para saquear mais ainda milhares de famílias por meio de seu séqüito de fãs, ratinhas inocentes de Hamlim! É ridículo pois a própria empresa que criou esse monstro o chama de "banda". O correto seria "bunda" pois não há música decente é sim só muita roupa indecente nesse grupelho bizarro.

Música e dança vagabunda para pré-adolescentes é um estratagema manjado para atiçar a libido da juventude e bloquear seu incipiente sistema racional. Bandos como Menudo, Dominó, New Kids on the Block e N\' Sync fizeram isso anos, apresentando um suposto componente artístico. Na verdade, o inocente público infanto-juvenil ficava excitado e confuso com exibições espalhafatosas de sex appeal regadas à pélvis insinuantes em movimentos convulsivamente copulantes, mascarados por coreografias constrangedoras e refrões pegajosos construídos com vozes em falsete, perpetradas por esses retardados rebolativos. Coitado do público... E ainda achava que estava pagando para ver artistas de verdade!

Ontem como hoje, milhares da garotas - e lamentavelmente alguns "garotos" - vão à histeria nos shows do RBD onde esses seis irresponsáveis incutem nas massas acéfalas juvenis mantras cretinizadores com letras dementes e lascivas como "Ela quer ter uma noite de prazer... terminarei por dar tudo o que tenho" ou "O calor do meu corpo que se eleva quase sem controle. Só de te ver, começa em minhas mãos..." e "Sei que assim eu vou me rebaixar, mas desta vez eu vou ser má. Nesse aniversário, eu comerei seu coração!" Muito bem, RBD! Esse é o tipo de mensagem que a meninada é submetida por vocês? "Nesse aniversário, eu comerei seu coração?" Puta que pariu a minha sogra! Quem escreveu isso? Hannibal Lecter?

Então essa é a Rebeldia dos tempos atuais? Se atiçar a libido adormecida de pré-adolescentes é ser rebelde, realmente estamos em apuros! Muito bem, Geração X! Che Guevara, Kerouac, Gandhi são coisa do passado mesmo! Agora são Gioavanni, Lupita, Mia, Diego, Alfonso e Dulce Maria, que dão "aulas" de não conformismo atuando, cantando e rebolando (perdão, perdão, perdão) quase sem roupa para vender sanduíches e milhares de outras besteiras por meio do poder do apelo do sexo para a juventude!

Se isso é rebeldia hoje, prefiro ser um conformista acomodado que dorme de boca aberta em frente à tv depois de assistir algum bang-bang italiano de madrugada. Ah, que saudades do século passado...

Adolar Gangorra, 68 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e há anos ouve todo dia de sua esposa coisas como "tem que endurecer de qualquer modo, foda-se a ternura", etc., etc., etc...

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