terça-feira, 17 de agosto de 2010

MEU NOME É HOMEM

Meu nome é Homem. Meus pais preferiram não me dar nome específico nenhum. Quando nasci fui apelidado de “Bebê”, depois, quando fui crescendo, de “Criança”, depois de “Adolescente” e hoje, de "Adulto". Logo, logo, serei chamado de “Velho”. Tenho uma irmã mais nova que se chama Mulher, mas seu apelido atualmente é “Menina”. Mas não tenho um nome que signifique algo em especial devido à época, moda, homenagens, classe social, idolatria, credo político ou religioso, falta de bom senso e gostos específicos.

Meu nome é Homem.

Não nasci nas décadas de 20, 30 e 40 para me chamar Otacílio, Modesto, Azarias ou Hermenegildo.
Não nasci no início da década de 70 para me chamar Marcelo, Ricardo ou Rodrigo.
Não nasci no fim dela pra ter nomes duplos como Paulo César, Carlos Eduardo ou André Luis.
Não nasci na década de 90 para me chamar Iuri, Diogo, Diego ou Enzo.

Meu nome é Homem.

Não sou filho de pais nacionalistas para me chamar Cauã, Aritana ou Ubirajara.
Não sou filho de pais simpatizantes do socialismo para me chamar Andrei, Iuri ou Vladimir.
Não sou filho de artistas para ter nomes pseudo-simples e exóticos como Bento, Moreno ou Quincas.

Meu nome é Homem.

Não sou filho de pais pobres para me chamar Clebonildson, Sandisvalmer ou Fansdiscleiton.
Não sou filho de pais ricos para me chamar Antônio, Francisco ou Joaquim. Eu queria me chamar José, mas meus pais não quiseram que eu virasse um "Zé" qualquer.
Não sou filho de pais crentes para me chamar Adonai, Gedeão ou Manassés.

Meu nome é Homem.

Não sou filhos de pais idólatras que pensam mais no seu gosto do que nos próprios filhos para me chamar Maicon, Alandelon, Bredepite, Valdisnei ou Madeinusa.
Não sou filho de pais que fazem homenagens híbridas aos seus dois genitores de uma vez só para me chamar Paulédison (Paula + Edison), Creuvan (Creuza + Ivan) ou Vialdo (Vivan + Osvaldo ).
Minha irmã não é filha da empregada para se chamar Suellen, Jéssica ou Stéfanny.
Ela não é filha de pais que acham bonitos nomes afrancesados para se chamar Dannyelle, Marianne ou Tatianne.

Meu nome é Homem.

Não sou filho de pais "haribô" para me chamar Krishna, Shiva ou Sidartha.
Não sou filhos de porra loucas para me chamar “Um Dois Três de Oliveira Quatro”, “Comigo É Nove na Garruxa Trouxada”, “Restos Mortais de Catarina” ou “Vaginaldo”.
Não sou filho de pais que viram filmes americanos demais para me chamar Jonatan, "Álan" ou "Bráian" .

Meu nome é Homem.

Não sou filho de pais que usam sobrenomes estrangeiros como prenomes para me chamar Lincoln, Washington, Wellington ou Franklyn.
Não sou filho de pai e neto de avô que repetiu seu próprio nome para ter substantivos como um adendo ao sobrenome como Filho, Neto ou Sobrinho.
Não sou filho de pais que homenagearam os próprios pais para me chamar Otacílio, Modesto, Azarias ou Hermenegildo.

Meus pais não quiserem dizer absolutamente nada por meio do meu nome.

Por isso, meu nome é somente HOMEM.

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