terça-feira, 28 de setembro de 2010

Peça de Teatro do "véio" Adolar Gangorra em Brasília!

ANÁLISE COMPORTAMENTAL E CRÍTICA DA MÚSICA EDUARDO E MONICA



ONDE:
Teatro ESPAÇO CENA - 205 Norte - Bloco C - Loja 25
Brasília

QUANDO:
1/10 (sexta - 20 horas)
2/10 (sábado - 20 horas e 21 horas)
3/10 (domingo - 20 horas)
8/10 (sexta - 20 horas)
9/10 (sábado - 20 horas e 21 horas)
10/10 (domingo - 20 horas)


Ficha Técnica:

Elenco: Fábio Espósito, Pablo Perosa, Fernanada D'Umbra e Mariana Cordeiro Serra
Adaptação, direção, sonoplastia e iluminação: Fernanda D´Umbra
Texto: Adolar Gangorra
Produção: Sergio Machado
Assessoria de Imprensa: Rodrigo Martins
Ingressos: 10 e 20 reais
Informações : (61) 3349-3937

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A SUBESTIMADA E MUI IMPORTANTE ARTE DE CAGAR NAS CALÇAS

O ser humano e seus antepassados vêm vivendo em sociedade antes mesmo destes últimos descerem das árvores e daqueles primeiros subirem pro apartamento. E, por isso talvez tenham criado certos tabus incompreensíveis para o pensamento racional puro como, por exemplo, a proibição do empalamento das sogras, da poligamia obrigatória entre machos brasileiros e atrizes de filmes adultos da Suécia e o mais impensado de todos: o infeliz fato de não se poder cagar nas próprias calças. Sim, amigos, a chamada “Auto-Defecação in Vestis” é relativamente nova: foi criada há algum tempo, há exatos 14 segundos (desde que você começou a ler o começo desse parágrafo), mas já pode ser considerada como uma das posturas filosófico-sociais mais sérias e revolucionárias dos últimos séculos!

Primeiramente, não dá pra ignorar que cagar é um ato vital para nossa espécie e inúmeras outras. O fabuloso e trepidante escritor e filósofo social, Adolar Gangorra, já teceu um brilhante comentário sobre esse importantíssimo assunto em seu sensacional texto “Solidão da Vida Privada”. Mesmo sofrendo de males terríveis como priapismo e megalofalia, esse bravo pensador conseguiu presentear o mundo com um tratado primordial, brilhante e já clássico sobre um tema tão fundamental para a nossa sociedade.

Infelizmente o cagar nas calças foi logo visto de modo injusto como um terrível crime social! Os pais que comemoram quando seus filhos aprendem a fazer cocô na privada e largar as fraldas não têm idéia do equívoco que estão cometendo. É genético! Nós, seres humanos, já nascemos programados para excrementar na roupa sem a menor preocupação. Os bebês e crianças pequenas fazem isso com a maior naturalidade e inocência! Se não fosse este um processo natural e evolucionista, a natureza com sua incomensurável sabedoria teria cuidado disso há muito tempo!

Depois, lamentavelmente, fomos treinados a reprimir esse instinto natural ao só defecarmos, ora vejam só... na água! O ser humano, neurótico por natureza, usou ardilosamente de sua inteligência para tentar omitir esse ato o mais rápido possível: logo foram criadas as terríveis privadas que com o truque sujo da água que impede que o cheiro da merda se manifeste com sua toda sua expressão e contundência natural e, acima de tudo, de forma realista e esclarecedora da nossa própria natureza. Todos os dias, ao defecarmos em vasos cheios de H2O ajudamos a perpetrar uma mentira: que merda não fede tanto! Quanta hipocrisia, minha gente!

A água impede que o cheiro aviltante, porém real dos toletes de bosta se espalhem com toda sua força, agressividade e, o mais importante: com a veracidade que lhes é característica. Ficamos acostumados a achar que um rolete de cocô seria, por assim dizer, um gatinho domesticado inócuo enquanto, na verdade, possui a força e selvageria de um tigre asiático! Não acredita? Cague numa folha de jornal amanhã de manhã para ver! É foda, brother! Neguinho surta na hora, maluco!

E que maldade com a natureza! Bilhões e bilhões de litros desse líquido tão precioso já foram corrompidos porque alguém achou feio defecarmos num pano qualquer! Que prego! Entretanto, esses mesmos ambientalistas que não cansam que pregar que a água doce está acabando no planeta, não gostam de cagar nas calças, os filhas das putas, para salvar a tão falada água potável!

Que auto-sabotagem mais sensacional, nós humanos, fomos capazes de pespegar em nós mesmos, não é? Aí vemos o começo de uma hipocrisia inaceitável que distorceu uma das mais sinceras formas de expressão do ser humano e, principalmente, uma de suas essências primais que é “fazer merda”, por assim dizer. A vida é muito mais séria e ameaçadora do que cagar numa aguinha todos os dias pra depois esfregar um papel macio no cu ou tacar um jatão forte de água na toba.

Uma parte bem importante dos processos de auto-conhecimento é o belo fato de cagar na própria roupa. A quebra desse tabu horroroso traria inúmeros benefícios à humanidade. Essa é uma ação importante pois vira uma declaração de negação da vaidade, de pseudo-poder, anti-materialista e anti-excesso de controle. É brilhante, original, contestadora, poderosa e revolucionária por natureza! A verdade é que empastelar as calças com uma nutela quente e mal cheirosa é um ato extremamente libertador. É também um gesto consciente de profundo cunho espiritual e filosófico: “Cago na calça, logo SINTO que existo mesmo! Puta que pariu!” O que pode ser mais racionalista do que encher a cueca de cocô? Essa ação pode ser vista como um experimento de auto-análise corajosa e acaba com aquelas baboseiras do tipo: “Estamos mesmo aqui ou é uma ilusão apenas?” ou “E se isso tudo não passar de um sonho de um cachorro?” Se você melar a bunda e a calça com merda todos os dias, não há elucubração pseudo-filosófica (vulgo: conversa mole) que resista.

Problemas psicológicos sérios como egocentrismo, impessoalidade e a famosa freudiana retenção anal e até mesmo o tédio podem ser combatidos com a auto-defecação regular. Imaginemos um sujeito como Roberto Justus cagando na sua calcinha bacana todos os dias antes de gravar seu “agradável” programa de tv. Seria um sujeitinho menos “posudo”, para dizer adjetivá-lo de maneira deveras suave, dentre outros inúmeros possíveis, não é mesmo?

A aceitação de si mesmo como ser físico finito que vai inexoravelmente esticar as canelas e vai ficar fedendo 30 vezes mais do que o meio quilo de merda que fazemos todo dia dentro de um caixote de madeira, embaixo da terra é uma das posturas de vida mais sábias que podemos assumir depois de parar de assistir o Big Brother ou esfregar uma peça de carne crua no pescoço da sua sogra e soltar um rotweiller em cima da véia imunda na hora.

A verdade é que aquele cheiro acre e inaceitável de merda que invade com virulência nossos narizes com a força de um coice de cavalo é uma lembrança de como somos na real. A consistência pegajosa e grudenta da bosta a roupa só nos ajudaria a destruir as famosas auto-ilusões que todos seres humanos, por mais humildes que sejam, têm aos milhões sobre si mesmos. Essa essência natural e interna, que a nossa sociedade doente resolveu fingir que não existe e que resolveu classificá-la de obscura estará mais presente a cada pastelada de cocô que fizermos em nossa calcinha nova de grife! É fato inegável que a merda faz parte de nós. Você está fazendo merda nesse exatamente nesse momento pelo seu constante processo digestivo ou também se estiver votando no PT ou se estiver acreditando mesmo que seu namoradinho bacana, romântico e com cara de bom moço não quer comer sua empregada que tem aquele bundão apesar de ela ser mais feia do que bater na mãe.

Eu cago regularmente nas calças de 20 em 20 dias para profundo desgosto da alienada da minha empregada, Dona Vacilene. Ela não entende que esse é um ato filosófico-espiritual de negação do nosso ego e uma singela atitude protesto contra meu próprio ser e todos os defeitos inerentes a ele. A auto-defecação faz com que o ser humano fique mais humilde, além de ser consciente do seu organismo e o mais importante: menos chocado com os malditos banheiros de rodoviária, seguramente as ante-salas do inferno no planeta Terra.

Já defequei num terno meu Armani novinho e me senti livre e leve como uma pluma! Foi extremamente libertador. Me senti como um monge asceta livre da poderosa escravidão materialista que nos oprime hoje em dia também quando dei o terno de presente para o porteiro do meu prédio pois aquela merda ficou imprestável depois desse meu grandioso gesto de abnegação digestivo-filosófico! Hoje, quando vejo Seu Querjinaldo usando aquela roupa tão maravilhosa me sinto orgulhoso pelo meu ato! Ele é o porteiro mais bem vestido que eu já vi, mesmo com aquele cheirão de feto de urubu molhado que grudou na roupa. Me congratulo mentalmente emocionado toda vez que subo pelo elevador, confesso...

Estraguei também um lindo costume Ermenegildo Zegna, mas como essa maravilhosa peça de roupa era de um primo meu e o fiz quando o próprio estava usando ela em seu casamento, isso fez com que ele cortasse relações comigo injustamente. A verdade é que é dura e incompreendida a vida dos que enxergam muito além do que nossa sociedade obtusa consegue visualizar.

A desculpa patética que a sujar a roupa seria um impedimento para a auto-defecação é ridícula. Na poeira que trazemos para casa grudada em nossas vestes há milhares de bactérias também. Lógico que aquela massaroca marrom pegajosa e nojenta com um milho grudado tem suas vicissitudes, mas é exatamente isso: quebrar a ordem expressa da sociedade que só se pode cagar em alguma privadinha de louça branca. É muita neurose para um ato que é uma necessidade biológica de primeira qualidade para a nossa saúde! Ah, não é? Experimente ficar sem deixar a moréia sair da toca por mais de um dia e você ficará deverasmente "enfezado", meu chapa, sacou? Sacou a parada, malandro? Sacou o porquê de "em-fezes-ado", doidão?

Cagar na calça é deveras importante para vários extratos sociais. Por exemplo, estudantes de medicina - os caras fazem anatomia e ficam mexendo em CADÁVERES um semestre! Qual é problema então em encher a cueca de bosta um dia? Médicos, enfermeiros, babás, psicólogos, psiquiatras e juízes de futebol (estes últimos mais como conseqüência do trabalho e não pela causa...), são exemplos de profissões onde esse importante ato de auto-conhecimento pode ajudar a tornar esses profissionais bem melhores e bem mais compreensivos com o próximo.

Um campo em que a auto-defecação é extremamente eficaz é o ativismo social e político. Pode parecer muito inteligente sair por aí usando uma camisetinha fudida do Che Guevara para se projetar como engajado, mas se o pretenso ativista pensasse um pouco, iria para as passeatas com um pastel de cocô prensado na cueca e assim poderia deixar bem claro a todos que não concorda com a sociedade. Mas, não: o bobo alegre prefere ficar gritando roboticamente: “O povo unido jamais será vencido! O povo unido jamais será vencido!” e ficar ouvindo aquelas músicas “alegronas” do Gonzaguinha ou aquela do irmão do Enfia, sei lá... Na boa, isso já saiu de moda há um tempão! Mas mal sabe o baderneiro, digo, o militante, que “O povo, cagado, jamais será ignorado!” Estou bem certo, não é? Imaginem uma passeata com centenas de participantes marchando com as calças cheias de merda! Não há Imprensa, tropa de choque e Congresso, por exemplo, hum, vejamos...o do Brasil, por mais cínico e insensível aos apelos do povo que resista! Uma passeata com apenas 30 ativistas cagados conseguiria MUITO mais atenção do uma com cem com o cuzão limpinho! Ninguém fica alheio à merda de verdade! Ninguém ia esquecer da passeata porque o cheiro é tão inesquecível quanto intimidador! Se isso não é mais óbvio do que a falta de caráter dos nossos políticos, não sei mais o que seria...

A auto-defecação também serve para evitar frustrações e a falta de comunicação. Levou um pezão na bunda da namorada? Está magoadinho? Cague na calça e vá discutir a relação com ela imediatamente depois! Tomou um esporro do chefe? Borre as calças com cimento marrom e vá trabalhar no dia seguinte! Não tem dinheiro pra ter uma tv por assinatura e tem que ficar em casa assistindo o programa do Luciano Huck no sábado à tarde? (Bom, essa aí é mais jogo você pular dentro num vulcão, brother...). Deixe o mundo saber que você não está feliz e satisfeito da forma mais natural possível! E não há lei no nosso “brilhante” e “atualíssimo” Código Penal que puna a auto-defecação! É legal!!! (Nos dois sentidos!)

E pode ser bem divertido e útil também! Você pode planejar um ato de auto-defecação para o dia do aniversário da sua sogra e ficar lá quietinho no sofá dela, comendo um bolo no pratinho enquanto aquele cheiro de merda nojento vai se espalhando pelo apartamento daquela jararaca filha da puta ou então até para aquelas festinhas de criança tão “excitantes” que sua mulher obriga a você ir, às quais você só conhece exatamente duas pessoas: sua mulher e seu filho! Mais ninguém! “Legal”, né? E o mais bacana é que todos vão achar que o “trabalho” foi feito por alguma das 50 crianças pequeninas que estão lá, às quais estão bastante familiarizadas em empestear suas fraldinhas e roupinhas de boutique que a vovó dá! Mais uma comprovação da enorme sabedoria, pureza e falta de ego das crianças!

Já que agora você é um entusiasmado adepto da fabulosa Auto-Defecação in Vestis, há receitas infalíveis para se esvair na própria indumentária sem fazer esforço algum. Por exemplo: comer duas fatias de bolo de coco (calma, é esse aí é sem acento mesmo...) com um copinho de yogurte de ameixa com fibras a cada 3 horas é meio infalível! Eu garanto, malandro: VOCÊ VAI CAGAR NA CALÇA COM CERTEZA!!! Siga essa receita às 9 da manhã e lá pelas 5 da tarde um curioso fenômeno ocorrerá no seu organismo: os dois hemisférios do seu cérebro soltarão coordenadamente uma única e categórica ordem: “CAGUE AGORA!!!” Em 10 segundos, queira ou não, você já estará carregando 1 quilo de merda recém espalhada na bunda e nas pernas. Traçar um Big Mac logo depois de um carneiro com molho de tâmaras também é um tiro certeiro. Se você traçar essa parada por volta das 9 da manhã é líquido e certo (e bota líquido nisso!) que um spray de merda INCONTROLÁVEL sairá do olho do seu cu contra sua vontade à partir do meio-dia que continuará de meia em meia hora até o dia seguinte.

Agora que você já sabe o que é, porque é e como é a importante e mui subestimada arte da Auto-Defecação In Vestis, ou seja, a popularmente conhecida cagar nas calças, mãos à barriga e prove que você não é mais um cretino na multidão! Mostre quem você realmente é de verdade nessa sociedade hipócrita na qual vivemos! Cague para tudo e todos na sua roupinha e, principalmente, por você mesmo e por uma vida mais digna, acima de tudo!

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