segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ROMAN POLANSKI, VELHO SAFADO!

Foi com enorme tristeza que recebi a notícia que o cineasta e pedófilo Roman Polanski saiu da cana para receber supostos cuidados médicos... não sei se esse velho degenerado vai fugir de novo da prisão como fez em 1977 quando foi ganho nos EUA e admitiu culpa por ter dado champagne e barbitúricos para uma "senhora madura" de 13 ANOS para depois, ora vejam só, manter relações sexuais (termo elegante para "pica na bunda"!) com a "balzaquiana consciente"! Mas o que mais me indignou mesmo foram as manisfestações de protesto de diretores famosos como o brasileiro Walter Salles (coitadinho, quer aparecer de qualquer maneira agora...), os americanos Darren Aronofsky (quem é esse idiota?), David Lynch e Martin Scorsese (esse eu respeitava...), o espanhol Pedro Almodóvar (desculpe mulherada e travestis, eu sei que ele é o queridinho de vocês, mas não me surpeeende em nada o protesto desse cretino...) e o alemão Wim Wenders (porra louca famoso...), entre outros. Mas o que mais eu fiquei de cara mesmo foi o conhecido degenerado WOODY ALLEN ter entrado nesse samba do crioulo doido pró-Pedolanski!!! Na boa, WOODY ALLEN não dá!!! Logo, ele, que é um notório transviado sexual e que teve a manhã de casar com a própria enteada!!! Supostamente ele era para ser o PAI adotivo de tal coitada lá, mas não: caiu matando na garota e traçou a nifetinha asiática! Muito bem, Sr. Allen! De pai a marido, de baixo do mesmo teto! Parece Nelson Rodrigues! Perguntem para Mia Farrow e ela babará de ódio ao rugir sobre esse infeliz espisódio e sobre o marginal do ex-marido! Queria ver se as filhas adolescentes desses diretores tivessem sido dopadas para terem a pica enfiada em seus jovens traseiros e a língua em outras várias cavidades de seus corpinhos por um filho da puta de 43 ANOS, na época! Artistas se protegem só por serem artistas? Lógico que sim!!! Essas manifestações a favor de um pedófilo confesso só mostram que esses safados, de santos e legais, não tem nada! Eu até gosto vários filmes de todos esses diretores aí, até mesmo do animal do Polanski ("O Pianista" é ok) mas não dá pra fingir que um adulto não praticou pedofilia e que não deva ser punido por isso só porque é "artista". Cana pro resto da vida pra esse escroto, velho pedófilo! Foda-se se é cineasta ou não!!! Ame o artista. Despreze o ser humano.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A MODA DOS JOVENS PUBLICITÁRIOS

Em cada nova turma de Publicidade & Propaganda, no “estupendo” curso de Comunicação Social, pode-se encontrar facilmente vários e entusiasmados aspirantes a publicitários, ávidos para se tornarem profissionais famosos, premiados e endinheirados. Mas, em vez desses calouros meterem as caras nos livros ou arranjarem estágios não-remunerados lá pelo 3º semestre para entender a fundo o ofício, preferem escolher um caminho enganosamente bem mais fácil para parecerem ser publicitários de verdade: começam a copiar o estilo de vida e a aparência modernosa e estilística de pessoas supostamente descoladas e blasés desse meio, mas que acabam entrando para o mercado profissional mesmo não sabendo quem sejam Marshal Mcluhan, Bill Bernbach ou Oliviero Toscani.

Até a esteticamente desastrosa década de 80, o auge social de um profissional de publicidade era cheirar cocaína e usar gravatas com estampas debilóides tipo Looney Tunes, suspensórios e óculos de armação colorida. Tudo ia muito bem naquela ideologia "Sou um artista de talento ainda não descoberto", quando, de repente, no início dos anos 90, a estética Heroin Chic e o escabroso movimento tecno chegaram aqui com força para piorar o que já era deveras constrangedor. Assim, possuir um "look" (desculpem) europeu era pré-requisito para estudantes e estagiários de Publicidade parecerem "antenados" (desculpem 2) e conseguirem assim não serem expulsos à tapas das rodinhas de conversa desse meio. Assim esses cabeças de bagres começaram a usar roupinhas pretas, calças jeans puídas, tênis All Star sujos e assumir a postura cervical de uma seriema.

A moda agora é gostar de tecno e das bandas indies mesmo que você seja surdo - o que seria um alívio, com certeza! É sabido que ninguém entende porra nenhuma do que os "famosos" D. J.s tocam, mas todo mundo finge estar adorando o que esse "pick-up-rêtas" estão defecando nas pistas. Os aprendizes de publicitários em vez de saberem como se faz um plano de mídia ou as técnicas básicos de redação de um texto publicitário preferem ter na pontas de suas línguas nome "escrositos" (escroto + esquisito) como "Raja Ram", "Tiesto" e “DJ Kolorau”! Em vez de de frequentarem a biblioteca, preferem as famosas raves, o que, na melhor das hipóteses, parecem um convescote típico de alguma pintura “alegre” de Brueguel! Uma pseudo postura alienada e niilista esconde, na verdade, uma ignorância oceânica em relação a tudo que não seja a próxima festinha ou show de alguma banda inglesa esquálida que venha tocar mal no TIM Festival. Mas como ser um Publicitário decente se esses vagabundos não gostam nem de LER??? Querem tudo pronto, mastigado, mas ler que é bom, nada! Parecem que estão escovando os dentes com cocô quando lêem um texto de dois parágrafos sobre o temas complicados como "Vovô Viu a Uva"! E o ectasy virou a droguinha do momento... Mas que época importante nós estamos vivendo, hein?

Roupas como a camiseta como a logo da Puma viraram unanimidades. A famosa gola rolê, mesmo no calor infernal que faz aqui nos trópicos, é uma peça bastante prestigiada. Qualquer outra camisinha com referência retrô ou trocadilhos com grifes famosas e “piadas hilariantes” como endosso ao débil mental mexicano Chavez ou do seu alter-ego em escrotidão Chapolin serve bem para "mostrar" que você tem algum sendo de humor, por mais batida que essa piada esteja hoje. O piercing é exigência sine qua non (ok, você não sabe que significa, tudo bem...) para que o estudante de Publicidade consiga ter uma vida social mínima. Você não será ninguém nesse meio se não tiver uma argola estilo bovina trespassada em algum lugar da cara ou de lugares "pouco" sensíveis como língua, mamilos ou genitais. Como você vai ser convidado pra alguma festinha se não tiver algum ferro na cara, né? Ah, você pensou que essa vida de publicitário seria tão moleza assim? No pain, no social gain, bro! E quanto mais radical melhor, no nível se o palhaço passar nu por um detector de metal fará o dispositivo disparar que nem uma sirene de ambulância! Então, aproveite essa saudável onda de automutilação e faça alguma tatuagem também, de preferência alguma tribal ou um ideograma ou alguma outra merda sem sentido, escrita em árabe ou em letras caligrafadas, pois isso conta bastante ponto também.

E a obsessão anti-ortopédica pelos tênis All Star faz desse grupo estudantil e profissional (?) parecer que usa uniformes que nem a meninada do Ensino Fundamental! Porque usar tanto um tênis que não tem nem amortecimento de ar ou gel e sim uma “confortável” e dura borracha sólida como solado? Eu disse “amortecimento”? Desculpem o trocadilho, mas, nesse caso, seria um “amor ao cimento” mesmo dessa turba acéfala que adora esse tênis! Mas nada mesmo se compara a neurose do ipod. Como saber se você é um profissional se você não tem um, não é mesmo? Hoje em dia, entrar no trabalho ou ir a aula com aqueles fones brancos saindo das orelhas corresponde a ter um mestrado em Comunicação. Logo virá o dia em que as universidades incluíram em seus cursos como "Introdução ao Ipod" e "Metodologia do Download 1" de tão imprescindíveis que esses porta-arquivos digitais se tornarem nesses meios. "Mensalidade de 2 mil reais? Tá, tudo bem, meu pai paga, mas eu vou ganhar um Nano de brinde na matrícula, né?"

A verdade é que o estudante de publicidade médio, via de regra, é o bundão que não foi macho suficiente pra ser jornalista nem lesado totalmente para se formar em Relações Públicas, então acabou preferindo cursar Publicidade e Propaganda porque sempre achou os anúncios da televisão "muito massa!" Mas não é por causa disso que empilhará equívoco sobre equívoco ao se fantasiar de idiota para parecer competente. Nesse caso, não é o (mau) hábito que faz o monge. Mas, pensando bem, talvez uma lustrosa farda verde-oliva poderia resolver bem esse problema...


Adolar Gangorra tem 64 anos é editor do site www.adolargangorra mas aceita sem problemas ser chamado de filho da puta, mas se ofende enormemente quando o chamam de "publicitário" no meio da rua!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

HOMEM NÃO DANÇA!

Dentre as inúmeras mentiras sociais, a dança protagonizada por homens é uma das mais populares, insidiosas, patéticas e humilhantes. Tal qual as campanhas publicitárias, programas de governos para erradicar a fome e a utilidade das revistas sobre celebridades, a falácia de que os homens gostam de dançar espontaneamente esconde mais significados obscuros e neuroses coletivas do que se possa imaginar. Mas, hoje em dia, na sociedade dita moderna, as mulheres - sempre elas... - resolveram exercer uma pressão enorme para que o gênero oposto faça o mesmo que elas fazem, sem que elas expliquem muito o porquê. Ou seja, ficar se contorcendo constrangedoramente de um lado para o outro ao som de uma música babaca qualquer.

A verdade é que homem não dança. Não é da sua natureza. Ele tem outras prioridades como, por exemplo, beber água, sexo, ganhar do rival, sexo, cagar no mato, sexo, etc. E também sexo. As mulheres deveriam ter outras prioridades também como emagrecer e chorar menos, mas, entre elas, essa atividade coreográfica bastante questionável é idolatrada e vendida como a coisa mais importante do mundo. Homem nenhum vê sentido nisso. Prefere fumar um cigarro qualquer ou dormir no sofá de bermuda, sem cueca, e com uma das bolas pendurada pra fora. Homem não dança e todo mundo sabe disso. Bem, quase todo mundo...

Há provas e mais provas de cunho antropológico que homem não dança de verdade. Entretanto, em todas as culturas primitivas, temos a dança e na maioria desses casos, há homens liderando o processo. Antropólogos e outras espécies de vagabundos se comprazem com esses rituais esdrúxulos, enxergando neles inúmeros e importantes significados ocultos onde há somente, por exemplo, micoses em lugares difíceis de coçar. E o que nós, hoje, filhos da luz elétrica e da penicilina, achamos que são homens dançando por prazer e diversão, na verdade, são seriíssimas e enfáticas manifestações de intuito comunicativo com o Além. Sim, amigos, na verdade, são pedidos desesperados para entidades invisíveis para que mandem uma mísera chuvinha após 20 anos de seca inclemente ou apenas um agradecimento sincero pelo simpático fato de a tribo rival ter deixado somente cinco membros meio vivos no último massacre. Então, os caras apelam para chamar atenção de seus deuses, apresentando um monte de trejeitos corporais extremamente dramáticos, ridículos e comprometedores, correndo de um lado para o outro, sacudindo os braços para cima, desesperados, batucando e gritando alguma ladainha ininteligível, aquela papagaiada toda. Não é dança coisa nenhuma. É histeria mesmo.

Mas foi nas sociedades atuais onde a dança revelou de modo pleno seu verdadeiro significado: o de total inutilidade. Entretanto, as representantes do sexo feminino resolveram mascarar tal fato conferindo ao bailado o status de atividade fundamental para a civilização e mais ainda: resolveram infligir essa palhaçada aos pobres homens!

As mulheres insistem em que seus opostos em gênero devem dançar e isso, na verdade, é uma merda. Elas não sabem, mas homem nenhum dança porque tem vontade. Os que dançam o fazem por motivos rasteiros e inconfessáveis ou então porque não passam de debilóides mesmo. São aqueles pregos que querem parecer uns caras legais, compreensivos e "evoluídos" para as garotas. Eles observam e mimetizam comportamentos que as mulheres endossam, tal qual calangos microcéfalos, só para obter, via de regra, ganho sexual. E a dança é um desses comportamentos. Eles estão lá unicamente para rapinar as mulheres que, inocentemente, acham que homem adora dançar! E elas, coitadinhas, não poderiam estar mais equivocadas... Os sujeitos que se propõe a dançar, na verdade, são do tipo que depois que conseguem inserir um certo apêndice corporal sem osso em várias reentrâncias da jovem tolinha, não estão mais aí se as boites da região vão virar casas de bingo ou se o Grupo Corpo não vai passar mais pela cidade deles.

Muitos desses picaretas irão jurar de patas juntas que gostam mesmo de dançar por uma razão muito simples: essa mentira funciona mesmo para as mulheres. E como funciona! Elas precisam acreditar que o cara está adorando estar ali balançando a cabeça e a bunda, sorrindo, parecendo um idiota, do que jogando futebol e gritando palavrão com os amigos.

Ah, como é óbvia essa farsa! Se elas vissem a verdade não iriam vibrar tanto ao som de "I Feel Good" do James Brown, sem dúvida, a música mais tocada nos últimos 200 anos nas pistas de dança brasileiras ou de "Mr. Jones", do Counting Crows, sem dúvida, a música mais escrota tocada nos últimos 200 anos nas pistas de dança brasileiras.

Há todo um ritual para que esse teatro aconteça. Eles chegam na boite, compram uma cerveja long neck, daquelas da garrafa modernosa e ficam lá fingindo que estão gostando de fazer aquele papel ridículo. É tudo aparência. Aposto que ninguém nunca viu um cara desses abordar um grupo de gatinhas carregando uma garrafa normal de cerveja, de 600 ml sem rótulo, a famosa "long neck de bebum". Depois vão se aproximando lentamente, fingindo que estão dançando - o que é extremamente constrangedor - dão uma checada na rabiola da garota antes para ver se vale à pena aquele sacrifício coreográfico e depois ficam lá pulando levemente, rilhando os dentes, fazendo parecer que estão gostando de se expressar corporalmente ao som de... Madonna! Eles, na verdade, estão mandando uma mensagem não verbal pra as garotas: "Viu? Eu sou um cara legal! Não sou um machão! Estou aqui dançando com você, gatinha! Então, pode dar pra mim hoje mesmo, ok?" Pois é, nesses vagabundos, tudo aparência e nenhuma decência! Ah, em tempo: esse tipo de cara está pouco se fudendo pra maluca da Madonna!

A prova que homem não dança mesmo é que esse tipo de panaca não sai com os amiguinhos pra dançar por aí. Garotos de 14 anos não ligam uns para os outros pra irem dançar em grupo, ligam? "Alô, Marquinhos? É o Pedro. Aí, vamos sair dar uma dançada? Pô, acordei hoje com vontade de chacoalhar o esqueleto..." Eles ligam sim para marcar para fazer merda, tipo pichar paredes públicas, jogar ovo em travesti, dar porrada uns nos outros, etc. Não parece ser mesmo da essência masculina ficar balançando o corpo e soltar uns gritinhos agudos com os braços pra cima. Ou seja, homem não dança mesmo.

Outro dia, estava eu com velhos colegas de cátedra, conversando sobre assuntos importantes como o teorema de Fermat, o problema da dualidade matéria-energia e qual das Meninas Superpoderosas vai engravidar primeiro, quando uma aluna deles bem bonita (para não dizer boa para caralho!) veio a ter conosco. Depois de algum tempo de conversa sobre hábitos sociais, a moça se dirigiu a mim e perguntou: "Você dança? Respondi: "Não. Sou homem, minha filha!". Meus dois amigos, que há horas estavam tentando impressionar a pupila, viram na expressão de estranhamento dela uma oportunidade para angariar prestígio com a jovem e começaram a afirmar categoricamente que "amam dançar", que são "dançarinos habituès", que "a dança faz bem ao corpo e ao espírito" e outras cretinices do gênero. A garota adorou o lixo que ouviu e fez cara feia pra mim o resto da conversa, o que considerei justo pois fiquei satisfeito por ela achar que estava certa e eu errado. Como sabemos, a mais densa ignorância também pode funcionar como uma forma de felicidade rala. Quanto aos meus companheiros, soube depois, que essa mentira ridícula não se converteu em ganho sexual para ambos. Coincidentemente, a aluna foi reprovada nas matérias dos meus dois chapas "bailarinos".

O famoso balé clássico é a prova que só as mulheres dançam mesmo. É claro que também temos homens (ou pelo menos seres humanos portadores de aparelho reprodutor masculino) nesse meio. São expressivos, com olhares penetrantes, inquisidores, lânguidos, misteriosos, "pidões" até. Usam uma maquiagem carregada, malhas apertadas que deixam aparecer todo seu sistema circulatório e que grudam na bunda que nem um adesivo industrial. Possuem o andar saltitante que lembra o de uma gazela arisca na relva e... bem, como disse, o balé clássico é prova que só as mulheres dançam mesmo!

Existem homens que tem que dançar por força de ganho salarial e isso não põe em dúvida sua masculinidade. Põe em risco sua sanidade mental, isso sim! São relatadas inúmeras formas de desvio psicológico causadas por traumas de infância, dívidas com o demônio, carmas medievais e pauladas na cabeça que justificam a dança por homens e que, infelizmente, podem levar um bom funcionário público em potencial a optar pela expressão corporal. Triste, não? Fred Astaire era um gênio hiper-coordenado, sem dúvida, mas é óbvio que ele teria prestado melhor serviço à humanidade como dentista. Ou você vai dizer que ele não tinha a MAIOR cara de um? As mulheres se derretem ao ver aquele cara da dança celta com as mãos na cinturinha, sorrindo e dando uns saltos esquisitos pra cima e uns chutões com a perna reta igual a um cavalo adestrado. Nós, homens, só conseguimos achar engraçado pra caralho ou que ele esteja com um guarda-chuva aberto socado dentro do cu. E tome chute pra cima, né, Seu Baitôla? Como disse, sanidade 100% preservada!

Há tipos de dança onde os homens predominam, como, por exemplo, o sapateado. Essa técnica poderia muito bem ser classificada como uma forma de neurose severa, mas é ensinada em academias para jovens inocentes. Tudo bem que existiram sapateadores que levaram essa sandice à perfeição como Gregory Hines, Savion Glover e o espetacular Sammy Davis Jr., mas prefiro lembrar do tap dancing por meio daquela imagem clássica do imbecil batendo freneticamente os pezinhos a esmo no chão, com um chapéu de palhinha na cabeça, usando um paletó listrado e sacudindo uma bengala com as mãos pra cima e pra baixo e com o sorriso mais idiota do mundo na fuça! É até triste ver um ser humano em uma situação tão desesperadora e humilhante. Ah, isso sim é que é o sapateado pra mim... O despropósito inconseqüente e acéfalo em forma de dança! Mas se esse tipo de bailado não é praticado em boites e festas de casamento é porque os homens que dominam esse ofício não o levam tão a sério assim e não precisam impingir esse mambo-jambo inútil ao resto da população mundial. É mais um divertimento cretino, uma perversão, e não uma ação meticulosamente orquestrada para angariar prestígio com o sexo oposto. Ao contrário das mulheres que exigem que você saiba de cor a "dança do maxixe" só para ela achar você um cara bacana!

Temos também a dança em pares mistos, que as mulheres adoram. Mas forró, tango, lambada, dança de salão, etc. não passam de desculpas pra haver algum atrito entre a genitália de ambos os sexos. Cheek to cheek? Na verdade, seria muito mais para "Penis to clit". Depois da revolução sexual na década de 60 não se inventaram mais coreografias onde homem e mulher bailam colados. Por que? Porque isso era um pretexto para o casal ficar se sarrando e somente isso. Depois que as pessoas puderam copular sem tantos artifícios, só se dança separado. Existe dança tecno agarradinho? Se existir, é entre dois rapazolas e olhe lá e um deles vai estar de costas pro outro. O famoso menestrel Juca Chaves conta que em seus tempos de bailes "anos dourados", botava um drops em um bolso frontal da calça para que sua par logo o percebesse e se colocasse do lado oposto da "balinha", que era o lugar onde seu verdadeiro membro estava repousado. Coisa de gênio, sem dúvida.

As representantes do sexo feminino poderiam ser mais razoáveis e não exigir que os homens dançassem com elas. Se elas fazem tanto questão da presença masculina nesse ritual constrangedor e desnecessário, poderiam se exibir ritmicamente para os homens em festas, boites, casamentos, etc. e estes, sentados, aturariam essas performances coreográficas embaraçosas e assim satisfariam a obsessão sem sentido de suas esposas, namoradas e amigas. Ah, e se elas fossem tirando a roupa, seria melhor ainda! Puxa, é verdade, já existe esse tipo de "dança", né? As mulheres endossam também esse tipo de dança também ou não? Pô, mas é DANÇA, não é? Pensando bem essa é a única que nós homens achamos gostamos de participar de verdade, podem acreditar!

Adolar Gangorra, 54 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e sempre segurou a criança!

domingo, 19 de abril de 2009

A ROUPA DOS SUPER-HERÓIS

Você confiaria em um bombeiro que vestisse um casaco de nylon e um chapéu de palha? Torceria por um jogador de futebol que usasse calça jeans em campo? É lógico que não, né? Todo mundo sabe que para cada tipo específico de função exercida, uma roupa apropriada é mais do que necessária. O traje tem que ser adaptado ao ofício para conferir credibilidade ao trabalho que se propõe a fazer. A indumentária do profissional tem que ser mais adequada possível a sua atividade. Eu disse "todo mundo"? Bem, tudo indica que os famosos super-heróis, tão e populares hoje em dia, parecem desconhecer essa regra tão básica...Em tese, eles são seres desenvolvidos, inteligentes e com extremo bom senso. Querem nos ajudar. "Combater o mal e servir toda a humanidade", salvar o planeta, esse blá, blá, blá todo. Mas como levar a sério essas premissas se eles se vestem como uns idiotas? Não dá pra acreditar muito, concordam? Como dizem, se a primeira impressão é a que fica, creiam, não deve ser boa a impressão inicial ao nos depararmos com um cara vestido com malhas justas, botinhas, luvinhas, capa, tudo com umas cinco cores diferentes. Você pensa: ou é um travesti ou é um flagelado! Não há nenhuma lógica na escolha de suas roupas. Então, deve ter algo de muito errado aí...

Comecemos pelo óbvio. O que faz parte do dia-a-dia de um super-herói? Sair na porrada, basicamente... Distribuir socões, chutes na boca, cabeçadas, fritar os outros com raios, etc. Isso sim faz parte de sua rotina, não? Ah, você já viu alguma história em quadrinhos, desenho animado ou filme onde o herói quer trocar uma ideia, conversar, avaliar, negociar a situação com o vilão? "Ora, Dr. Destruição, pense bem... você acha mesmo que aniquilar o planeta com seu raio da morte vai satisfazer os seus anseios mais profundos como entidade do mal?" Não rola, meu chapa!

Não, não existe o "Super-Negociador" e muito menos o "Capitão Conversa"! Não tem essa de diálogo não: é o pé na cara do outro só pra começar! O super-herói não joga conversa fora: desce a porrada e pronto! Se não houvesse violência - chamemos de "ação" - eles não seriam um sucesso comercial. Então, já que a "ação" é a alma do negócio, os super-heróis deveriam se vestir apropriadamente pra distribuir "ação", digo, porrada com eficiência, em vez de parecerem uma banda da época da discoteca! Seria o mínimo necessário para não ofender tanto a inteligência dos leitores e para dar menos trabalho para os desenhistas!

Tracemos um paralelo com a realidade. Em se tratando do caso em que o ofício diário do sujeito envolve doses maciças de esforço físico como os lutadores de MMA, por exemplo. Com físicos similares aos dos super-heróis, esse atletas não vão treinar nem participar de competições vestidos com capas, máscaras, cintinhos, etc. Vão para o pau só de calção e olhe lá! É o lógico! E os lutadores de Sumô? Combatem usando malhas justas, capas e adereços ridículos? Claro que não! Usam só um cinto que cobre a cintura, o pirulitinho, o cuzão e, infelizmente, deixam aquelas bundas aviltantes (argh!) de fora! Apesar de nojento, seu traje é um primor de eficiência e simplicidade! Mas o Batman, esperto e malandrão como ele só, gasta três horas todo dia para pôr aquela roupa toda, cheia de merdinhas, para se engalfinhar com a marginalia de Gotham City...

Qualquer meliante na vida real, por mais burro que seja, se tiver que sair na porrada com o Homem-Morcego, a primeira coisa que irá fazer será agarrar naquela capa de bicha para estrangular o zé mané ou tapar a cara do próprio para encher o Sr. Wayne, o gênio da moda, de porrada! Aaah, Batman, morceguinho vaidoso... Merece apanhar mesmo!

O problema da roupa do Batman é tão constrangedor que na famosa série de tv dos anos 60, ele e Robin, seu difamado pupilo apanacado, pulavam com roupas normais em um cano desses de corpo de bombeiros (nossa, que metáfora!) pra aparecerem na Bat-Caverna já vestidos com seus respectivos trajes de guerra! Tiveram que inventar uma linguagem de tempo elipsado! O seriado estava tentando nos dizer que esse problemão não dava pra resolver mesmo... O nome já diz: BAT-MAN. Ora, ele vive pra "BATER" em "HOMEM"!!! Não precisa se vestir igual ao Clóvis Bornay no Carnaval. Era pra andar só de sunga - preta, vá lá...

Ah, essa tal capa! Essa é quase uma obsessão de tão reincidente. Esse negócio de herói usar um pano amarrado no pescoço é sem sentido e ultrapassado demais! O problema da capa já foi abordado sabiamente no desenho animado "Os Incríveis", lembram? Então? Todo mundo acha ridículo!

Mas para que serve a capa? Porque eles teimam em usar esse troço? Para voar é que não é. Não ajuda no voo porra nenhuma! Só atrapalha. Vai contra as leias mais básicas da Física! Ao voarem, a capa tremeria absurdamente, faria um barulho enlouquecedor (tente estender um pano a 800 km por hora!). O Super Homem quando está cruzando os céus, obviamente, seu elegante manto vermelho dorsal se entende "baloiçante" pra trás. Entretanto, quando ele freia no ar para descer, ele não cai por cima do próprio, gerando uma situação ridícula ao cobrir sua cabeça? Mas a sua capinha pára retinha como se fosse feita de fibra de vidro! Não dá, né?

A capa vem dos antigos militares europeus que a utilizavam por causa do frio, tipo os Três Mosqueteiros. Não é nada mais nada menos que um proto-casaco. Sua função era mais de proteção contra as baixas temperaturas. Daí o gênero "capa e espada" e não "capa e visão de raios-x"! Mas, na absurda indumentária dos super-heróis, a capa é um acessório imprescindível para se poder sair voando por aí. Bem, temos uma série de panacas que teimam em usar esse troço: Batman, Robin, Spawn, Super-Homem, Capitão Marvel, Capitão Caverna, Falcão Azul, etc. PRA QUÊ??? Na boa, capa é coisa de idiota mesmo.

Há uma lista infindável de super-heróis que são famosos por sua popularidade, mas que se vestem como se fossem para uma festa à fantasia. Vejamos: Mulher Maravilha: corpete tomara que caia, botas com salto alto, calça maria-mijona cheia de estrelinhas - na boa, parece uma brega - braceletes, tiara, ainda um laço de vaqueiro como adereço! Como se veste mal! Admira-me muito ela ganhar uma briga! Com um traje esquizofrênico como esse, os peitos pulariam pra fora no primeiro soco, a tiara voara longe, ela torceria o tornozelo correndo com aquele saltão. Ela se veste tão mal que deveria ser conhecida como "Mulher Maltrapilha"! Parece uma perua, a coitada!

O Fantasma, o "Espírito que Anda" é mais um caso de roupa errada. O "Espírito que Anda Mal Vestido", isso sim! Outra ocorrência de total ignorância sobre onde ele vive. O cara mora numa selva e usa um traje colado no que só deixa aparecer meio por cento do seu corpo. O calor que deve fazer naquela merda! Ele ainda usa a famosa cueca por cima da roupa!

Nos famosos X-Men, todos se vestem também que nem uns mendigos, é sabido, mas o tal de Wolverine realmente se destaca. Usa um corpete - mas que constrangedor! - amarelo e azul, que não condiz nem um pouco com sua imagem de casca-grossa. Parece uma roupa nova de criança de cinco anos em festinha de aniversário. Isso não é um super-herói, é uma embalagem de picolé! Ele deve ser daltônico! "X" para ele e para seus amiguinhos em matéria de guarda-roupa!

Quem não se lembra de Robin, o Menino-Prodígio? Máscara diminuta, sunguinha verde, franjinha apanacada e capinha amarela. Parece um abobado! É realmente um "prodígio" de bizarrice visual! Nenhum vilão levaria a sério um garoto de voz fina e cabelo penteado para o lado que usasse uma coisa tão esdrúxula! Desceria a porrada na jovem gazela com mais vontade ainda!

Agora, há um super-herói que não há a menor dúvida que é um acéfalo completo mesmo por causa do costume que escolheu desfilar por aí. Não vou falar do traje colado no corpo todo, não vou mencionar as botas com bainha estilo medieval, as luvas enormes de drag queen, o desenho e as cores do uniforme imitando a bandeira norte-americana e ainda o trambolho de um escudo de merda inútil. Agora, sobre o PAR DE ASINHAS nas têmporas, aí não tem jeito!!! Pra que serve aquilo??? É ridículo!!! Esse tal de Capitão América usa uma dos uniformes mais escrotos do mundo!!! O cara é pião demais!!! Deveria ser rebaixado à "Recruta América-Central!! Asinhas na cabeça? Francamente...

Milagrosamente temos raros super-heróis com inteligência indumentária: Namor, o Príncipe Submarino, Surfista Prateado e o Coisa. Usam uma sunga básica e acabou. É triste, mas esses três têm enorme bom senso, mas não são muito populares! Talvez no dia em que o Namor vestir uma calça jeans apertada e um poncho, ele comece a vender bem!

E o pior é que terno e gravata no mundo dos super-heróis é tratado como anomalia! Tanto que dois vilões - Lex Luthor e Mestre do Crime e um careca paranormal - Professor Xavier - usam!! Nesse universo, se vestir bem é sinônimo de mau caráter e esquisitice!

Então, na próxima vez que você ver um desses super-heróis por aí, tente observar se suas roupas fazem algum sentido. É um pássaro? É um avião? Não, mas parece ser um cara SUPER mal vestido...


Adolar Gangorra tem 91 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e usa uma identidade secreta para poder comprar revistinhas só com super-heroínas suecas com uniformes bastantes sumários...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

REBELDES SEM CALÇA!

Na chamada aldeia global descrita por Marshall Mcluhan é comum sermos submetidos a produtos de entretenimento com conteúdos e estética duvidosos. Na verdade, lixo audiovisual da pior espécie, por assim dizer. Ou seja, volta e meia nos deparamos com produções nulas em valor intelectual, com exagerado apelo emocional e, acima de tudo, com uma mensagem maquiavelicamente dissimulada para disparar consumos em massa. E assim, com o passar dos anos, fomos nos acostumando com bizarrices como Menudo, Cavaleiros do Zodíaco, Back Street Boys, Xou da Xuxa, etc., achando que esse tipo de loucura é normal.

Entretanto, recentemente, o desprezo pelos neurônios das pessoas comuns foi levado ao extremo por nossos amigos mexicanos - sempre eles - com a germinação de uma dita novela para adolescentes que enganosamente tem o gaiato título de "Rebelde". Antes de qualquer coisa, deixemos bem claro que esse Rebelde aí não tem absolutamente nada de rebeldia! Em forma de entretenimento popular essa novela carrega em seu bojo uma mensagem nada subliminar de conteúdo erótico para seu público-alvo que, pasmem, são as pobres crianças e pré-adolescentes!

Sim, pais distraídos: sexo! Essa coisinha que, se bem inserida dentro de qualquer embalagem mal ajambrada, é capaz de transformar seus filhinhos em zumbis desesperados e vender até porta-aviões! Dessa vez os astecas foram longe demais. Também pudera, tanto se especializaram em cruzar as fronteiras dos outros, que agora esses centro-americanos fãs de tourada passaram mesmo dos limites com essa história de novela sobre sua juventude supostamente não conformista.

O México é um país com uma bela tradição de resistência cultural e política e que tornou famosos para o mundo figuras como Emiliano Zapata, Subcomandante Marcos e Frida Kahlo. Mas o caso agora apresentado parece mais ser de "desistência cultural" mesmo. Eles resolveram incinerar o próprio filme exportando uma produção que alega ter como diferenciação a atitude de seus jovens. Na verdade, Rebelde não passa de uma historieta vagabunda que tece uma trama rasa e sentimentalóide, com aquela lengalenga clássica de romance e intrigas, mas que utiliza um forte apelo sensualista para pré-adolescentes e crianças, mal disfarçado como dramaturgia de boa qualidade. Nada poderia ser tão contrário ao título! É sexualidade latente embalada para vendas e somente isso! "Compre nosso produtos para virar um rebelde também!"

Os mexicanos são conhecidos produtores de excrementos televisivos desde a época da famigerada Gloria Magadan. Suas novelas estapafúrdias brotaram uma ramificação maléfica aqui no Brasil, como é comprovado nos dias de hoje por bizarrices como "Malhação" e inúmeras outras torturas. Já exportaram para cá demências pesadas como "Carrossel", "Chispita", "Os Ricos Também Choram", (eu preferiria "Chisputa" e "Os Chorões Também são Ricos"!) e o famoso Chavez. Hoje está na moda dizer que "Chavez" é legal, mas você sabe muito bem que aquilo é um atestado supino de imbecilidade e idiotia. Mas se você gosta mesmo, parabéns: sua lobotomia foi um sucesso! Ou seja, tem sido um bombardeio sem fim de escabrosidades que mediocrizam cada vez mais a massa ignara de telespectadores, sempre fazendo mais vítimas entre as incautas e inocentes crianças (e um bom número de empregadas domésticas, é claro...)

Autopsiemos esse cadáver mal perfumado em forma de telenovela que é Rebelde. A "história" se passa em uma escola de para ricos no México, a tal Elite Way School, freqüentada por adolescentes interpretados por atores (licença poética) que na verdade são adultos já fisicamente formados. Na boa, eles não parecem alunos de Ensino Médio e sim universitários! É todo mundo meio velho lá! Ou eles são os maiores repetentes da história ou tem hormônio demais no frango do México!

Segundo a sinopse dessa "novelha", lá eles irão "viver conflitos e paixões, superar desafios e aprender a lidar com valores como respeito, sinceridade, egoísmo, orgulho, amor é ódio." Conversa fiada. Se você assistir 1 segundo de Rebelde vai sacar na hora que eles estão lá basicamente para trepar uns com os outros e pronto! Isso fica muito claro só pelos uniformes sumaríssimos das alunas que fariam corar uma stripper! Saias curtas, camisas abertas e gravatas soltas? Pelo uniforme já dá pra ver que essa parece ser a escola mais liberal do mundo! É o sonho de todo hippie! As mulheres usam mini-saias mais curtas do que muitos cintos! Rebeldes sem causa? Rebeldes sem calça, isso sim! Que diabo de ESCOLA é essa? Ninguém estuda naquela merda! Fazem a Escolinha do Professor Raimundo parecer ter alunos aplicados. E desde quando "egoísmo, orgulho e ódio" são valores? E ninguém falou nada em aprender cálculo, capitais da Europa e ortografia... Que ótima instituição de ensino essa, hein?

Vejamos o elenco principal. Nele, há um sujeitinho chamado Alfonso que faz o tipo do latin lover, mas que na verdade parece um night-boy de subúrbio. Pelo estilo de sua atuação (sic) ele dá a firme impressão de ter o Cigano Igor como seu maior exemplo em dramaturgia. Alfonso vive com uma expressão séria de galã de padaria e é vendido como o bom moço da novela. Mas, volta e meia, o pateta aparece sem camisa, ostentando umas pinturas infantilóides e sem sentido no corpo e na cara. Aqui no Brasil, no máximo, pegaria a contracapa da G Magazine!

O elenco feminino de Rebelde pode ser facilmente confundido com um casting de um filme de sexo explícito. Desde roupas que ofenderiam a nudistas à poses e expressões sensuais, tudo nele é arquitetado para exalar luxúria, lascívia e superficialidade e intuir a meninas inocentes que uma boa atitude social no futuro está atrelada a parecer uma vagabunda. Dá medo saber que garotinhas de 8, 10, 13 anos têm essas "mulheres experientes" como modelos de comportamento!

A protagonista Mía faz o gênero femme fatale, mas que se você a visse encostada em um muro na rua poria a mão no bolso e perguntaria quanto ela está pedindo. Vejamos a primeira frase que temos sobre sua personagem na sinopse "planeja transar com Miguel...", "...ela simplesmente está sempre preocupada com aparência." Puxa vida, que ótimo modelo de comportamento para a juventude!

Depois há uma outra maluca que escolheu o ótimo nome artístico de Dulce Maria (Doce Maria!!!) e que na novelinha recebeu o "estranhíssimo" nome de "Roberta". Faz um tipo qualquer e vive em clima de guerra com Mía. O que faz sentido pois duas profissionais do mesmo ramo irão sempre disPUTAr a atenção dos homens...

Inacreditavelmente uma outra personagem foi batizada de Lupita! Deveria se chamar "Luputa", isso sim, devido aos seus trajes indecentes e cara de santinha do pau oco!

Um outro coitado que carrega um nome típico de novela é Diego Bustamante. BUS-TA-MAN-TE! Diego sempre aparece nas fotos com cara triste, meio emburradinho. Também pudera, aparentando um qi de 14, pensou que iria fazer parte da Royal Shakesperean Company, mas quando olha para o lado... Compreende-se assim porque o jovem mancebo sempre está com semblante tão obscuro e contrariado nas fotos...

Temos também o caso clássico do jovem pederasta que se faz passar por machão ludibriando as pobres ninfetas sonhadoras que instintiva e cegamente estão ávidas por descobrir as fortes emoções do amor por meio de sua figura bisonha e esquizóide. Mas, nesse caso, lidamos com um formidável espécie de picareta que mais parece um interno da Febem e que pinta os cabelos de corres berrantes para desviar a atenção de sua feição facial de primata. Na expressão dúbia e lasciva de Giovanni, um adulto experiente percebe na hora que naquela corrente sanguínea já circularam litros e mais litros de esperma introduzidos pelos mais diversos e inusitados orifícios. Entretanto, a jovem meninota impúbere realmente acreditará que o pilantra lá é homem e que pode sim se apaixonar por ela no futuro e virar pais de seus filhos! Mais fácil o Congresso brasileiro se preocupar com sua imagem!

Então, o que fazem as jovens mancebas para seguir com sua quimera romântica? Obrigam seus pais a COMPRAR tudo que tiver a ver com seu eleito como se fosse o pagamento de um dote! Bom, a verdade é que o "ator" que desinterpreta o tal Giovanni é casado com outro sujeito desde 2005 e ficou quietinho, quietinho desde então. Só revelou sua verdadeira preferência sexual por organismos anatomicamente iguais ao dele depois que fotos de seu matrimônio com um brother no Canadá vazaram na internet, fingindo anos que gostava de mulher para dragar mais ainda o pobre dinheirinho de jovens leigas moçoilas! Esse aí não segurou a onda do "papel" de HOMEM mesmo... Êta trabalho difícil, né, Giovanni? Vá ser "rebelde" assim lá longe!

E, lamentavelmente, como não poderia deixar de ser, tudo nesse campo de subprodutos culturais de escala global acaba descambando sempre em MÚSICA! É verdade, amigos. Infelizmente esse equívoco em forma de novela gerou um "subgrupo musical" que teima em excursionar por aí apresentando seus delírios sonoros, o tal de RBD. Esse "negócio" é formado, infelizmente, pelos atores (desculpem) que interpretam (desculpem 2) os personagens listados mais acima e que resolvem cantar e dançar - isso sim, não tem perdão - para saquear mais ainda milhares de famílias por meio de seu séqüito de fãs, ratinhas inocentes de Hamlim! É ridículo pois a própria empresa que criou esse monstro o chama de "banda". O correto seria "bunda" pois não há música decente é sim só muita roupa indecente nesse grupelho bizarro.

Música e dança vagabunda para pré-adolescentes é um estratagema manjado para atiçar a libido da juventude e bloquear seu incipiente sistema racional. Bandos como Menudo, Dominó, New Kids on the Block e N\' Sync fizeram isso anos, apresentando um suposto componente artístico. Na verdade, o inocente público infanto-juvenil ficava excitado e confuso com exibições espalhafatosas de sex appeal regadas à pélvis insinuantes em movimentos convulsivamente copulantes, mascarados por coreografias constrangedoras e refrões pegajosos construídos com vozes em falsete, perpetradas por esses retardados rebolativos. Coitado do público... E ainda achava que estava pagando para ver artistas de verdade!

Ontem como hoje, milhares da garotas - e lamentavelmente alguns "garotos" - vão à histeria nos shows do RBD onde esses seis irresponsáveis incutem nas massas acéfalas juvenis mantras cretinizadores com letras dementes e lascivas como "Ela quer ter uma noite de prazer... terminarei por dar tudo o que tenho" ou "O calor do meu corpo que se eleva quase sem controle. Só de te ver, começa em minhas mãos..." e "Sei que assim eu vou me rebaixar, mas desta vez eu vou ser má. Nesse aniversário, eu comerei seu coração!" Muito bem, RBD! Esse é o tipo de mensagem que a meninada é submetida por vocês? "Nesse aniversário, eu comerei seu coração?" Puta que pariu a minha sogra! Quem escreveu isso? Hannibal Lecter?

Então essa é a Rebeldia dos tempos atuais? Se atiçar a libido adormecida de pré-adolescentes é ser rebelde, realmente estamos em apuros! Muito bem, Geração X! Che Guevara, Kerouac, Gandhi são coisa do passado mesmo! Agora são Gioavanni, Lupita, Mia, Diego, Alfonso e Dulce Maria, que dão "aulas" de não conformismo atuando, cantando e rebolando (perdão, perdão, perdão) quase sem roupa para vender sanduíches e milhares de outras besteiras por meio do poder do apelo do sexo para a juventude!

Se isso é rebeldia hoje, prefiro ser um conformista acomodado que dorme de boca aberta em frente à tv depois de assistir algum bang-bang italiano de madrugada. Ah, que saudades do século passado...

Adolar Gangorra, 68 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e há anos ouve todo dia de sua esposa coisas como "tem que endurecer de qualquer modo, foda-se a ternura", etc., etc., etc...

terça-feira, 31 de março de 2009

OLHA A CARTEIRA DE MOTORISTA AÍ, GENTE!!!

A maior parte dessa juventude formidável de hoje em dia ao completar 18 aninhos deseja avidamente possuir a famosa Carteira Nacional de Habilitação. É o que se convencionou chamar de "tirar a carteira"! Mas que expressão mais feia e inadequada, minha gente! Tirar a carteira é coisa para trombadinhas! Quando se fala em tirar a carteira lembramos logo também do nosso valoroso Detram - Departamento Nacional de Trambiques. Então, deixemos isso para esses dois profissionais do ramo, não é mesmo?

Para estar de acordo com a lei e poder rodar tranqüilão, tranqüilão por aí com a sua caranga esperta, você é obrigado a pagar umas seis taxas diferentes para poder fazer uma provinha escrita e outra prática e pronto: o Detram nesse caso, é obrigado a soltar a sua carteira (as duas, é claro!)

Alguns sem tanta intimidade com os mistérios automobilísticos se matriculam nas incríveis Auto-Escolas para poderem aprender tudo sobre, por exemplo, o motor a explosão, a ultrapassagem na banguela na chuva e o suborno. É na Auto-Escola, esse lugar excitante e intelectualizado, onde o pupilo entrará com o mundo maravilhoso do trânsito, essa verdadeira harmonia em movimento onde o ser humano revela seu lado mais evoluído e espiritual. Mas para que o aluno não entre em contato físico demais com esse universo que supostamente existe a figura do Instrutor de Auto-Escola. Quem, um dia na vida, não sonhou em exercer essa soberba profissão? Entretanto só alguns poucos privilegiados apresentam qualidades para serem um Instrutor: calma, bom senso, habilidade e tendência suicida severa.

E para você ir tendo uma idéia do que vai encontrar quando for atrás de sua habilitação, www.adolargangorra.com.br milagrosamente conseguiu descolar a próxima prova escrota, digo, escrita para motoristas. Basta dar uma olhadinha nela, logo aí abaixo, ou então é só passar no Detram que eles fazem um precinho camarada para você também.

É isso aí, futuros motoristas! Mão no bolso e pé na tábua!

Questão 1
Ao conduzir seu veículo, o motorista deve evitar:
a) Conduzir outro veículo
b) Falar no celular na hora do almoço (é muito mais caro!!!)
c) Entrar no próprio porta-malas
d) Contato com grupos de risco: táxis, ônibus e mulheres
e) Cagar

Questão 2
O sistema elétrico de um automóvel é composto basicamente pelas seguintes peças:
a) Bateria, baixo e guitarra
b) Lâmpada, fio e tomada
c) Próton, elétron e nêutron
d) Farol alto, farol baixo e acendedor de cigarros
e) Não existe sistema elétrico em automóveis. Essa questão é uma pegadinha discriminatória para nós mulheres

Questão 3
Ao ver uma placa com a inscrição PARE, você deve:
a) Afundar os dois pés no acelerador
b) Achar que é um desenho bem bonito pois você não sabe ler
c) Largar essa pinga maldita de uma vez por todas
d) Acordar da soneca que você está tirando
e) "Vai que dá! Vai que dá!"

Questão 4
O motorista deve mudar de faixa quando:
a) Não tiver muito a fim de colidir com a betoneira logo a frente
b) A música for meio merda
c) Estiver lutando melhor
d) Achar que está ficando difícil dirigir na calçada
e) Quiser devolver a fechada naquela coroa imbecil do BR-800

Questão 5
Identifique a seguinte placa:



a) Elton John na pista
b) Faculdade de teatro a 500 metros
c) Uuuuuuuuuui!

Questão 6
A placa abaixo significa:



a) Área de seqüestros
b) Macauley Culkin e Michael Jackson na pista
c) Ai meu braço, porra!

Questão 7
Que placa é essa?



a) Lego gigante na pista
b) Bacteriana
c) Você acaba de se perder

Questão 8
Esta placa quer dizer:




a) Lula e seu whisquinho na pista
b) Cigarro acesso perdido no carro
c) "Nove, nove, oito, cinco..."

Questão 9
Aponte a afirmativa correta:



a) Bienal de São Paulo na pista
b)"Ei, papai, estão cagando na gente!"
c) Era só para apontar, idiota, e não para riscar nada!

Questão 10
Indique o significado correto dessa placa:



a) Itamar Franco na pista
b) Carro flutuando ao lado de um triângulo retângulo
c) A volta do fuscão preto

Adolar Gangorra tem 78 anos e editor do site www.adolargangorra.com.br. Recentemente teve sua carteira de habilitação apreendida por ter sido flagrado em um stand de degustação de vinhos dentro um supermercado enquanto dirigia um daquele carrinhos elétricos pra velhinhos que as crianças tanto adoram!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

MÔNICA E EDUARDO

O falecido Renato Russo era, sem dúvida, um ótimo músico e um excelente letrista. Escreveu verdadeiras obras de arte cheias de originalidade e sentimento. Como artista engajado que era, defendia os pontos de vista nos quais acreditava em suas letras. E por isto mesmo, talvez alguns deles excedam a lógica e o bom senso. Como no caso da música "Eduardo e Monica", do álbum "Dois" da Legião Urbana, de 1986, onde a figura masculina (Eduardo) é tratada sempre como alienada e inconsciente enquanto a feminina (Monica) é a portadora de uma sabedoria e um estilo de vida evoluidíssimos.

Analisemos o que diz a letra. Logo na segunda estrofe, o autor insinua que Eduardo seja preguiçoso e indolente (Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar: Ficou deitado e viu que horas eram) ao mesmo tempo em que tenta dar uma imagem forte e charmosa à Monica (enquanto Monica tomava um conhaque, Noutro canto da cidade, Como eles disseram.). Ora, se esta cena tiver se passado de manhã como é provável, Eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar. Já, Mônica, revelaria-se uma cachaceira profissional, pois virar um conhaque antes do almoço é só para quem conhece muito bem o ofício.

Mais à frente, vemos Russo desenhar injustamente a personalidade de Eduardo de maneira frágil e imatura (Festa estranha, com gente esquisita). Bom, "Festa estranha" significa uma reunião de porra-loucas atrás de qualquer bagulho para poderem fugir da realidade com a desculpa esfarrapada que são contra o sistema. "Gente esquisita" é basicamente, um bando de sujeitinhos que tem o hábito gozado de dar a bunda após cinco minutos de conversa. Também são as garotas mais horrorosas da Via-Láctea. Enfim, esta a tal "festa legal" em que Eduardo estava. O que mais ele podia fazer? Teve que encher a cara para poder suportar aquele pesadelo, como veremos a seguir.

Assim temos: (-Eu não estou legal Não agüento mais birita.) Percebe-se que o jovem Eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. É ainda um garoto puro e inocente, com a mente e o corpo sadios. Bem ao contrário de Mônica, uma notória bêbada sem vergonha do underground.

Adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram (E a Monica riu e quis saber um pouco mais sobre o boyzinho que tentava impressionar). Vamos por partes: em "E a Monica riu", nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de Monica para com Eduardo. Ela ri de um bêbado inexperiente! A diante, é bom esclarecer o que o autor preferiu maquiar. Onde se lê "quis saber um pouco mais" leia-se "quis dar para"! É inaceitável tentar passar uma imagem sofisticada da tal Monica. A verdade é que ela se sentiu bastante atraída pelo "boyzinho que tentava impressionar"! Há um certo preconceito em se referir ao singelo Eduardo como "boyzinho". Não é verdade. Caso fosse realmente um playboy, ele não teria ido se encontrar com Monica de bicicleta, como consta na quarta estrofe (Se encontraram então no parque da cidade. A Monica de moto e o Eduardo de camelo.) Se alguém aí age como boy, esta seria Monica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta. Como é sabido, aos dezesseis anos (Ela era de Leão e ele tinha dezesseis.) todo boyzinho já costuma roubar o carro do pai, principalmente para impressionar uma maria-gasolina como Monica. E tem mais: se Eduardo fosse mesmo um playboy, teria penetrado com sua galera na tal festa, quebraria tudo e ia encher de porrada o esquisitão mais fraquinho de todos na frente de todo mundo, valeu?

Na ocasião de seu primeiro encontro, vemos Monica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra, em oposição a humilde proposta do afável Eduardo (O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Monica queria ver o filme do Godard.). Atitude esta, nada democrática para quem se julga uma liberal. Na verdade, Monica é o que convencionou chamar de P.l.M.B.A. (Pseudo lntelectual Metida à Besta Associado, ou seja, intelectuerdas, alternativos e esquisitões vestidos de preto em geral), que acham todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme europeu, de preferência francês, preto e branco, arrastado pra caralho, e com bastantes cenas de baitolagem.

Em seguida, Russo utiliza o eufemismo "menina" para se referir suavemente à Monica. (O Eduardo achou estranho e melhor não comentar Mas a menina tinha tinta no cabelo.). Menina? Pudim de cachaça seria mais adequado. À pouco vimos Monica virar um Dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina? Além disto, se Monica pinta o cabelo é porque é uma balzaca querendo fisgar um garotão viril ou porque é uma baranga safada impregnada de luxúria.

O autor insiste em retratar Monica como uma gênia sem par (Ela fazia Medicina e falava alemão) e Eduardo como um idiota retardado (E ele ainda nas aulinhas de inglês.). Note a comparação de intelecto entre o casal: ela domina o idioma germânico, sabidamente de difícil aprendizado, já tendo superado o vestibular altamente concorrido para medicina. Ele, miseravelmente, tem que tomar aulas para poder balbuciar "iéis", "nou" e "mai neime is Eduardo"! Incomoda a forma como são usadas as palavras "ainda" e "aulinhas", para refletir idéias de atraso intelectual e coisa sem valor, respectivamente. Coitado do Eduardo, é um jumento mesmo...

Na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois (Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, De Van Gogh e dos Mutantes, De Caetano e de Rimbaud). Temos nesta lista um desfile de ícones dos P.l.M.B.A.s, muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. Por exemplo, é tamanha uma pretensa intimidade com o poeta Manuel de Souza Carneiro Bandeira Filho, que usou-se a expressão "do Bandeira". Francamente, "Bandeira" é aquele juiz que fica apitando impedimento na lateral do campo. A saber: o sujeito mais normal dessa moçada aí, cortou a orelha fora por causa de uma sirigaita qualquer. Já viu o nível, né? Só porra-louca de primeira.

Mais uma vez insinua-se que Eduardo seja um imbecil acéfalo (E o Eduardo gostava de novela) e crianção (e jogava futebol de botão com seu avô.). A bem da verdade, Eduardo é um exemplo. Que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso? Ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. Preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões! É de tocar o coração! E como esse gesto magnânimo foi usado na letra? Foi só para passar a imagem de Eduardo como um paspalho energúmeno. É óbvio, para o autor, o homem não sabe de nada. Mulher, sim, é maturidade pura!

Continuando, temos (Ela falava coisas sobre o Planalto Central, Também magia e meditação.). Falava merda, isto sim! Nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo. Qualquer chimpanzé lobotomizado pode grunhir qualquer absurdo que ninguém vai contestar. Por que? Porque não se pode provar absolutamente nada. Vale tudo! É o samba do crioulo doido. E quem foi cair nessa conversa mole jogada por Monica? Eduardo, é claro, o bem intencionado de plantão. E ainda temos mais um achincalhe ao garoto (E o Eduardo ainda estava no esquema "escola-cinema-clube-televisão".). O que o sr. Russo queria? Que o esquema fosse "bar da esquina - terreiro de macumba - roda de capoeira - delegacia" ? E qual é o problema de se ir a escola, caralho?

Em seguida, já se nota que Eduardo está dominado pela cultura imposta por Mônica (Eduardo e Monica fizeram natação, fotografia, Teatro e artesanato e foram viajar.). Por ordem: 1) Teatro e artesanato não costumam pagar muito imposto. 2) Teatro e artesanato não são lá as coisas mais úteis do mundo. 3) Natação e fotografia? Porque os dois não foram estudar para o concurso do Banco do Brasil? Vagabundos...

Agora temos os versos mais cretinos de toda a letra (a Monica explicava p\'ro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar:). Mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar nenhum. Vejamos: a Monica trabalha na previsão do tempo? Não. Monica é geóloga? Não. Monica é professora de química? Não. Monica é alguma aviadora? Também não. Então o que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e mar que uma muriçoca não saiba? Novamente, Eduardo é tratado como um debilóide pueril capaz de comprar alegremente a torre Eiffel, após ser convencido deste grande negócio pelo caô mais furado do mundo. Santa inocência...

Ainda em, (Ele aprendeu a beber,), não precisa ser muito esperto para sacar com quem... é claro, com Monica, a campeã do alambique! Eduardo poderia ter aprendido coisas mais úteis como o código Morse ou as capitais da Europa, mas não. Acharam melhor ensinar para o rapaz como encher a cara de pinga. Muito bem, Monica! Grande contribuição! Depois temos (deixou o cabelo crescer). Pobre Eduardo! Àquela altura, estava crente que deixar crescer o cabelo o diferenciaria dos outros na sociedade. lsso sim é que é ativismo pessoal. Já dá pra ver aí o estrago causado por Monica na cabeça do iludido Eduardo.

Sempre à frente em tudo, Monica se forma quando Eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade (E ela se formou no mesmo mês Em que ele passou no vestibular.). Por esse ritmo, quando Eduardo conseguir o diploma, Monica deverá estar ganhando o seu oitavo prêmio Nobel. Outra prova da parcialidade do autor está em (porque o filhinho do Eduardo \'tá de recuperação.). É interessante notar que é o filho do Eduardo e não de Monica, que ficou de segunda época. Em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta.

O que realmente impressiona nesta letra é a presença constante de um sexismo estereotipado. O homem é retratado como sendo um simplório alienado que só é salvo de uma vida medíocre e previsível graças a uma mulher naturalmente evoluída e oriunda de uma cultura alternativa redentora. Nesta visão está incutida a idéia absurda de que o feminino é superior e o masculino, inferior. É sabido que em todas culturas e povos existentes, o homem sempre oprimiu a mulher. Porém isso não significa, em hipótese alguma, que estas sejam superiores do que os homens. São apenas diferentes. Se desde o começo dos tempos o sexo feminino fosse o dominador e o masculino o subjugado, vários erros também teriam sido cometidos de uma maneira ou de outra. Por que ? Ora, por que tanto homens, mulheres e colunistas sociais fazem parte da famigerada raça humana. E, como se sabe muito bem, é aí que sempre morou o perigo. Não importa quem seja: Monica ou Eduardo!

Adolar Gangorra tem 71 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e não perde um show sequer dos "The Fevers" e do "Benito de Paula Cover".

quarta-feira, 18 de março de 2009

PRAZO DE CARÊNCIA - FERRAMENTA NADA PRÁTICA PARA A ESPÉCIE HUMANA

A famosíssima espécie humana tem sido aparentemente bem sucedida na face da terra, entre outros motivos, por ser um grupo que conseguiu (sabe-se lá como...) conjugar lógica e instinto. Entretanto, ainda há uma contenda acirrada, invisível e, principalmente, muito mal resolvida entre razão e emoção, que conspira para que nós, como grupo dominante, ainda sejamos uma incógnita.

E qual seria o parâmetro de sucesso mais importante em relação a uma espécie? A maneira como consegue descobrir água no subsolo? A variação de cor de sua plumagem?  O modo como se camufla em um recife de coral? Nada disso. Esqueça essa baboseira que o Discovery Channel recita a todo instante e vamos ao que realmente interessa: a população, velhote! O número de membros! A quantidade de pessoas! A casa dos "ilhões"! O "grande galerão!" O poder da maioria, este sim, mostra, no final das contas, o quanto uma espécie é bem sucedida por aqui! E sobre isso, nós, seres humanos, não temos muito do que nos orgulhar...

Ah, você acha 6 bilhões de pessoas grande coisa? Não é. Os insetos superam esse número em centenas de vezes! As bactérias riem de nossa anemia populacional há milênios! Se você criar condições mínimas, os coelhos tomariam o planeta em uma primavera, meu chapa! E por que não somos a maioria na Terra ainda? Por causa de vários entraves biológicos, mas principalmente emocionais e sociais, que conspiram para que produzamos um número muito, muito menor de indivíduos do que poderíamos. E porque isso acontece é o que iremos investigar.

Somos uma espécie biologicamente tecnológica. Nosso êxito no planeta, até hoje, está intimamente relacionado com aparatos naturais e artificiais. Ao longo do tempo, desenvolvemos um cérebro gigante e dois polegares opositores, que vêm provando serem três excelentes ferramentas natas, seja para o controle do fogo e a manufatura de pedras lascadas, seja para a aumentar seu quociente de aceitação social ao executar um vistoso "hang loose" no meio da moçada do surf.

Também o ser humano sempre produziu e utilizou ferramentas artificiais como reflexo de sua enorme capacidade intelectual, seu talento natural para raciocinar. Entretanto as coisas não são essa maravilha de retidão lógica e racional as quais gostaríamos que fossem. Muitas vezes, o padrão emocional impede que usemos nosso cérebro corretamente e faça com que ajamos do mesmo modo que aquele urso do desenho animado da Disney agia quando alguém gritava: "O guarda! O guarda! Lá vem o guarda!"

Mas como superar essa incômoda e invisível barreira emocional para darmos vazão a nossa inerente e mais importante missão como espécie que é povoar o mundo? Grandes mentes queimam massa encefálica a esse respeito há anos, como fazia, por exemplo, o jovem Arthur Schopenhauer, célebre filósofo alemão, que não tinha nenhuma ilusão quimérica sobre o objetivo do zé mané comum. Basicamente, dizia ele, o ser humano quer se reproduzir acima de qualquer outra coisa. Foda-se a roda, foda-se a água encanada, foda-se a sociedade organizada, foda-se a penicilina, fodam-se todas as "paradas legais" que andaram inventando por aí. O negócio é se duplicar, amigos.

Ninguém conseguiu até hoje uma justificativa razoável para essa vontade, mas o homem quer sim. Quer sim, desculpe. O homem quer se duplicar e pronto. Ele precisa. Está no código genético da espécie, é mais forte do que ele, não tem jeito, volte amanhã, ligue mais tarde, etc., etc., etc... Você mesmo sabe muito bem disso. Ou realmente acredita que sua mãe achou seu pai lindo e maravilhoso desde o primeiro instante? Não, ela achou ele um escroto, no mínimo! Você não imagina, mas, hoje em dia, deitada ao lado dele na cama à noite, ouvindo um ronco de hipopótamo com enfisema, volta e meia, ela pensa, de olhos abertos e tomada de pavor: "Que merda que eu fiz! Que merda que eu fiz! E eu só tomei uma cerveja sem álcool! Que merda que eu fiz!". Foi mais forte do que ela, brother.

Outra coisa: a grande sensação de prazer inerente ao ato sexual não passa de um estímulo da evolução para que nos reproduzamos 24 horas por dia. É como o universo dissesse "Isso mesmo, pode botar o pipiu aí que você tá acertando, garotão. É nesse lugar aí mesmo!!!" Esqueça aquele mamão que você deixa no sol para depois fazer um buraco e meter a piroca, se achando o mais malandro dos mortais!  E essa sensação bacana ainda é troco para a natureza. "Reproduzam-se, humanos!", ela diz claramente! Ah, você achava que era por causa da forma antigravidade da bunda da sua prima de 16 anos? Francamente...  o próprio Criador, The Boss Himself, autorizou por escrito: "Crescei e multiplicai-vos." Não disse "Crescei e somai-vos". Multiplicação!!! O homem precisa se reproduzir, moçada! É mais do que um instinto. É uma ordem expressa!


Por exemplo, há milhões de anos, um homem de Cro-Magnon, desesperado, impotente, gritando e pulando de raiva e medo quando um grupo rival invade seu território para beber sua água, comer sua caça e, principalmente, fecundar suas fêmeas, tal qual uma professora primária hoje em dia, tentando instalar a ordem e a calma em uma turma de 6ª série. Esse pós-macaco estava fadado ao fracasso. Assim como também a tia Valdirene aí. Ambos estão condenados. Por que? Porque tanto o humanóide nervoso e a professora tepeêmica se deixaram levar totalmente pela emoção e não deram uma chance sequer à razão, essa nobre injustiçada, meus caros. Agora, se o nosso ancestral peludo parasse um minuto e passasse a mão num pesado galho de árvore - agora em suas mãos, uma ferramenta artificial - e rachasse o crânio de um dos coleguinhas invasores com uma traulitada das mais violentas, isso sim, faria uma boa diferença.  Só assim, ele retomaria prontamente a posse do seu sítio e tudo mais e tudo voltaria ao normal, blá, blá, blá...

Se a professora irritada pegasse algumas folhas de papel em branco - olha outra ferramenta aí - e sacudisse-as para cima e ameaçasse os alunos berrando a palavra mágica "PROVA!", certamente faria com que aquela turba de pequenos marginais aéticos fizesse um silêncio capaz de espantar Piaget! Ambos, ao usarem ferramentas simples, só estariam seguindo um impulso que a evolução nos outorgou em quantidade abundante: a racionalização para superação de um problema! Ou seja, pensar logicamente é também, por mais incrível que pareça, um instinto natural. Então, se o impulso primal da nossa casta é gerar descendentes como acreditava Schopenhauer, porque não podemos usar ferramentas práticas para conseguir nosso objetivo?

A verdade é que os humanos se reproduzem muito mal. E por que? Porque não conseguimos ser realmente objetivos em relação a essa questão. Não somos estimulados a pensar como espécie e sim, de forma egoísta, como indivíduos. Os dinossauros raciocinavam assim, sabia? "Grrrau, grrrau, vou destruir aquela floresta inteira ali para assustar uns lêmures!" Viu no que deu, né? Sumiram do mapa.

Dezenas de convenções emocionais e sociais têm que ser superadas para que um macho da nossa espécie consiga fecundar uma fêmea. Dá um trabalho do caralho. Corte, corte e corte, o equívoco-mor do casamento - a maior das perdas de tempo já inventadas - e um monte de outras baboseiras inúteis como ter que saber de cor o nome todo dela! Depois, nove longos meses para gerar um mísero representante! NOVE MESES!!! Dá pra dar a volta ao mundo pulando num pé só! Três tava bom... Que desgraça!

Devíamos reaprender com os animais e instituir a volta do cio como um sinal óbvio e prático para a cópula, comunicação feromônica simples e direta. Tal qual os cachorros fazem, certa noite uns 5 sujeitos bateriam à porta de sua casa e diriam algo como: "Olá! Como vai? Nós sabemos que o senhor tem uma filha aí dando sopa... manda ela pra fora aqui pra gente, beleza?" Fora tudo isso, ainda temos que lutar contra uma praga artificial chamada controle da natalidade! Pílulas anticoncepcionais, preservativos, d.i.u., planejamento familiar, "hoje não, estou com dor de cabeça", etc. Dor de cabeça? Tudo bem que existam alguns sujeitos bem dotados por aí, mas, que eu saiba, não chega a cutucar o cérebro de mulher nenhuma! Algum dia esse tipo de piada de mau gosto ainda vai ser responsável pela extinção da raça humana da face da Terra! (E também, do meu emprego...)

E por que não deixamos que a nossa bela herança racional possa agir só um pouquinho nesse campo? Porque a emoção, essa vagabunda inútil, não quer. Para acabar com certas lendas e crendices estúpidas, eis um dado que encherá de lágrimas os olhinhos dos românticos, tipo de aberrações que atravancam o progresso do homo sapiens há muito tempo com suas frescuras e idiossincrasias ilusórias: o cérebro é bem maior do que o coração e o coração não é nada mais do que uma bomba hemodinâmica. Ah, você não acha? Então disseque um e me mostre onde fica o "cantinho do amor", o "lugarzinho da ternura" e o "quartinho do ciúme"...  você só irá ver válvulas, ventrículos, aurículas e sangue, muito sangue, seu cagão! E para quem essa história de "coração ser sinônimo de sentimento" cria boas oportunidades? Ora, para que algum macaco invada nosso território e toque a zona. E aí, vamos gritar, berrar, espernear e... ter que dar no pé, compadre!

Enfoquemos a raiz do problema, ou seja, os primeiros relacionamentos que potencialmente podem gerar casamentos e filhos cedo (ou, muito melhor: só filhos!), que é o que realmente nos interessa como espécie. Porém, identificamos aí um primeiro e fundamental obstáculo.

Infelizmente, os primeiros relacionamentos não garantem uma taxa de engravidamento excelente. Seja pela pontaria dos praticantes e por fatores extras como, por exemplo, um rígido patrulhamento social, prostituição feminina e transexual ( no caso dos nossos amigos, os travestis ), o entorpecedor, anti-social, inebriante, alienador, obscuro, confuso, arrítmico, viciante, cármico, extenuante, instintivo, anti-estético, entorpecente e vitalício processo masturbatório masculino, hábitos gaiatos como a deglutição do pipiu alheio, abortos neurótico-feministas, desvios incontroláveis e perenes como a popularíssima obsessão pelo sexo anal* e, principalmente, o homossexualismo masCUlino, esse ioiô sem corda com que a evolução nos presenteou! É triste saber que a natureza gastou milênios para desenvolver o sofisticado aparelho reprodutor feminino para simplesmente alguns engraçadinhos acharem legal enfiar a pica um no cu do outro! Quanta irresponsabilidade, minha gente! Dentro do reto desses rapazolas, milhões de espermatozóides, cheios de vigor e esperança de ser tornarem alguém na vida (literalmente falando) em sua frenética corrida para alcançar uma vistosa e mítica célula-ovo, única razão de sua curta existência. Os pobres coitados terão uma baita decepção traumática ao darem de cara com um gigantesco tolete de cocô com, na melhor das hipóteses, um caroço de milho incrustado e olhe lá! Triste, né? Essa sacanagem toda não produz nada além de hemorróidas, dores de coluna, chacotas infindáveis e um simpático termo médico denominado "sangue oculto nas fezes"! Tudo isso contribui exponencialmente para que joguemos por água abaixo todo nosso potencial para povoar os mais inexpugnáveis cantos do nosso planeta!

Lamentavelmente, os jovens humanos não são encorajados a se reproduzirem cedo em hipótese alguma! Mas que falta de visão! Imaginem quantos descendentes poderia gerar uma garota de 14 anos se engravidasse sem parar até os 36? Poderia ela produzir um plantel de um time de futebol completo com massagista e tudo! Mas não, essas preguiçosas mal consentem em amamentar o seu filho único, quando muito! São máquinas utilíssimas de xerox de humanos, mas só se preocupam somente em tingir o cabelo de loiro todo mês!!!

As convenções sociais, de origem puramente emocional, impedem que a nossa reprodução seja mais eficiente. Um caso muito comum dá-se quando uma associação entre membros de sexos opostos (vamos chamar essa palhaçada burocrática de "namoro"), falha em conseguir seu intento, ou seja, a duplicação. Demora-se muito tempo para reconstruir um outro arranjo como esse, denominado de "casal", pois é dada uma importância exagerada pelas fêmeas da espécie para detalhes supérfluos tipo "Ele gosta de mim!", "Ele é tão romântico!", "Ele é tão bonito!", "Ele me jurou que nunca mais vai comer a minha empregada!", essas merdas.

Um impedimento bastante contumaz é quando um namoro acaba e nenhum dos membros envolvidos se sente à vontade para iniciar logo uma outra associação com outros do seu ciclo social. O que é um absurdo, pois, se ponderarmos bem, o membro conhecido como "o amigo do casal", é, na maioria das vezes, já pode estar ali do lado, de pau muito duro, e é o melhor candidato para continuar com o objetivo maior previamente estipulado pela natureza que é a obtenção da prole. É o chamado "prazo de carência" ou "quarentena".

Se, por exemplo, você namora uma garota há uns 4 anos, aí um belo dia, ela lhe dá uma pedalada na bunda? Você fica chateado, amargurado, infeliz. Até ouvir dizer que ela está saindo com seu melhor amigo. Aí é que você vai ficar realmente chateado, amargurado e infeliz, compadre! Se sente traído, desesperado, quer esfaquear os dois e toda sorte de panaquices emocionais e dramalhões patéticos que não ajudam em nada o nosso belíssimo projeto de aumentar a população de seres humanos do Planeta.

Você deveria achar ótimo um amigo seu ter a oportunidade de passar o código genético dele adiante. Ele é resultado de milhões de anos de depuração evolutiva! Bom para a espécie! Tudo bem, agora você não está querendo falar sobre isso, mas ele ainda é seu amigo. Você só falava bem dele para todo mundo! Ele almoçava na sua casa, chamava sua mãe de tia, passava a mão na bunda do seu pai... agora ele virou o vilão malvado e traidor só por causa de uma besteirinha dessas? Você está sendo irracional, seu chorão. Realmente não faz sentido... ele e a sua ex, com certeza, nesse exato momento, abraçadinhos no Motel, estão sentindo a maior pena de você, rapaz!

Deixe de ser egoísta e comemore o sucesso da espécie como um todo! Vamos encarar o fato: você falhou, velhote! Foi preterido por alguém mais apto. Ela escolheu outro melhor para fecundar aquela célula mensal, a qual você fazia uma força desgraçada para conseguir sua vezinha, lembra? É assim que a natureza trabalha... ou você vai querer refutar Darwin só porque ela resolveu dar para outro?

Veja alguns argumentos lógicos que comprovam essa tese, sabendo que temos aí uma tríade composta por você ("Ex-Namorado"), ela ("Garota") e ele ("Seu Amigo" - Diego, Tiago, Diogo, Yuri ou algum desses nomes irritantes da moda...):

- Seu Amigo já conhece bem as preferências sexuais de Garota pois Ex-Namorado com certeza já contou tudo para ele e para todo mundo.

- Para Garota, Seu Amigo é Ex-Namorado melhorado, sem os problemas que o mesmo apresentava como uso de pochetes ridículas ou ódio pela Marisa Monte, por exemplo.

- Seu Amigo conta com a aprovação emocional positiva de Garota, pois Ex-Namorado sempre dizia: "Aquele cara ali é o meu melhor amigo!"

- Tanto Seu Amigo como Garota conhecem bem Ex-Namorado e poderão descobrir inúmeras afinidades criticando os defeitos do mesmo durante horas.

Está mais do que provado que Seu Amigo é, sem dúvida, a melhor opção para Garota continuar seu projeto de reprodução da espécie. Se tudo der certo, eles irão casar e você,  Ex-Namorado, poderá até ser o padrinho! Legal, né?

Entretanto, devido a regras sociais estúpidas e sem sentido, a troca rápida de membros envolvidos em laços de amizade inacreditavelmente não é vista com bons olhos pela sociedade. Este ainda é um processo bastante lento e problemático. Para acabar com essa lengalenga ilógica, é necessário, mais uma vez, o uso de uma ferramenta prática, tal como aquela do homem de Cro-Magnon e da professora. Nesse caso, seria preciso um mecanismo mais sofisticado: o cálculo matemático, por exemplo ( se bem que um pedaço de pau também poderia funcionar muito bem... ). Nada como a Matemática, pura e livre de arroubos sentimentais, para deslindar a verdade sem distorções para descobrirmos quanto tempo seria ideal para que a troca de parceiros seja aceita por todos de forma mais rápida e eficiente por todos.

Chamemos essa incógnita de Prazo de Carência (PC), ou seja, o tempo necessário para que sua ex-namorada comece a copular com o seu amigo sem que você ache ainda que você é um "namorado", que ela é uma "piranha" e que ele é um "traíra". Para calcularmos o PC, precisamos quantificar o Quociente de Intimidade (QI) do casal e o Grau de Amizade (GA) existente entre os dois amigos. Posto isso e essa inútil nomenclatura píscea de lado, deduzimos a seguinte equação:

Prazo de Carência = Quociente de Intimidade dividido pelo Grau de Amizade, ou seja:

PC = QI / GA

Obs.: o resultado será dado em número de dias.

Para calcularmos o Quociente de Intimidade é necessário atribuirmos valores de 1 a 10 a cada uma das variáveis abaixo:

1 - Vocês se viam todo santo dia, todo santo dia, todo santo dia?
2 - Vocês falavam que nem criancinha um com o outro?
3 - Vocês se chamavam por apelidos nojentos com bastantes sílabas repetidas, tipo "tututituco" ou "bibilolóca"?
4 - Você já foi num show da Marisa Monte com ela só porque ela quis?
5 - Você cagava na casa dela?
6 - Você comeu ela?
7 - Você conheceu a mãe dela?
8 - Você comeu a mãe dela?
9 - Você conheceu o pai dela?
10 - Bem, deixa pra lá...


Para calcularmos o Grau de Amizade é necessário atribuirmos valores de 1 a 10 a cada uma das variáveis abaixo:

1 - Vocês são amigos de infância?
2 - Vocês são irmãos?
3 - Vocês são pai e filho?
4 - Vocês já brigaram por causa de um disco do Belle & Sebastian?
5 - Vocês já fizeram jiu-jitsu de sungão juntos?
6 - Vocês vão à sauna juntos?
7 - Vocês já pensaram em fazer biodança?
8 - Vocês assistem Dawson\'s Creek juntos?
9 - Vocês já brincaram de "carro e garagem"?
10 - Vem cá, velho: vocês realmente estão disputando alguma namorada?

Se por exemplo, você obteve o número 50 em ambas as variáveis, temos:
PC = 50 QI / 50 GA = 1 dia. Então é isso. Se você levou um pé na bunda na segunda-feira, na quarta sua ex já pode dar um rolé com seu amigão e pronto.

Deixe de ser mulherzinha, seu bunda mole! Alguém invadiu seu território, bebeu sua água, comeu sua caça e... ah, mas você não fez nada pois estava mais ocupado pulando, gritando e esperneando como o bom macaco que você preferiu ser, não é?


* Leia os livros "POR FAVOR, PARE DE DAR O CU" e "DAR O CU NÃO É MUITO LEGAL", de Adolar Gangorra, lançados recentemente no 1º Congresso Nacional da ABRACU - Associação Brasileira AntiCu, da qual Adolar Gangorra é presidente.

Adolar Gangorra é editor do site www.adolargangorra.com.br e acha que "bom é a mulher dos outros". Essa frase ele aprendeu recentemente com seu amigo Fandiscleiton, o porteiro do seu prédio.

terça-feira, 17 de março de 2009

O.S.M. PARA TODA OBRA

Ao desenvolver os primórdios da linguagem verbal, o homem iniciou o processo natural de dar nomes para todo o universo que então o cercava. Com o tempo, mais e mais palavras foram sendo criadas até constituírem um elevado grau de variedade lexical, que hoje pode ser encontrado na maioria das línguas. Por exemplo, é sabido que os esquimós utilizam mais de dez palavras diferentes para designar determinados tipos da cor branca, devido à grande interação com o meio em que vivem. Os norte-americanos têm no inglês, várias palavras diferentes para se referirem a dinheiro. Não faltam termos para designar quaisquer coisas em Portugal (contanto que estejam todos absolutamente errados, é claro). E assim por diante, cada povo acaba desenvolvendo vocábulos específicos para identificar o que contém grande relevância para sua cultura.

E o brasileiro? Qual seria o objeto ou conceito abstrato que teria mais sinônimos em seu idioma? Engana-se quem acha que Carnaval, mulher e futebol sejam os campeões. Uma das entidades com mais nomes distintos identificados na Língua Portuguesa é o famosíssimo O.S.M., ou seja, o Órgão Sexual Masculino. Quem não é capaz de lembrar, pelo menos, de uns vinte nomes diferentes? Pipi? Ok, você pensou moderadamente. Mas é muito pouco. Pense, por exemplo, em um baile de Carnaval: pinto! Muito bem. Melhorou mas não é suficiente ainda. Agora pense na sua tia pulando nesse mesmo baile de carnaval: caralho, piroca, rôla, vara, pau, mandjôla, caceta, peru, etc. Parabéns, agora você entendeu!

Atualmente, dentro do extenso cabedal da Língua Portuguesa, podemos identificar nove termos mais populares para tipos de O.S.M.s.. São eles: Pênis, Pinto, Pica, Piroca, Peru, Pau, Caralho, Rôla e Caceta. São os nove grandes, o G-9 do sexo masculino. É bom esclarecer que nesta triagem foram excluídos nomes de cunho regional, afetivo-sentimentais e de menor expressão como Jeba, Bililiu, Documento, Pirulito, Estrovenga, Pé de Mesa, Cajado, Peia, Jeripoca, Vara, Impávido Colosso, Meronga, Canetão, Bilaurête, Dedo sem Osso Cuspidor, Mandioca, Roto-Rooter, Badalo, Ding-Ling, Cobra Caôlha, Kojak, Picolé da Maldade, Trôlha, Capitão Carequinha, Papacu Rasteiro da Cabeça Vermelha, Bastão da Alegria, Flautinha de Carne, Dr. Pancrácio Talarico Matsubara Júnior, entre outros.

Entretanto, engana-se quem pensa que todos esses significantes remetam ao mesmo significado. Por acaso, um pipi seria igual a um caralho? Qual dos dois aparenta ser maior? Ou melhor, qual dos dois você preferiria que lhe enfiassem no ouvido? O pipi, é claro! Inconscientemente, ele é menor do que o caralho, mais fino que a rôla e mais mole que a pica. Cada um deste nove nomes é utilizado de forma extremamente específica. Para cada caso, utiliza-se um termo adequado. Por exemplo, quando uma mãe auxilia seu filho pequeno a urinar, ela, por acaso, diz: "Vamos, Valtencir, bote o pirocaço para fora e faça xixi, meu filho"? Não, ela usa um termo mais apropriado como "pintinho" ou "pipiu" ou ainda "Zezinho". Ninguém diz: "Pai, Cleovandson, o porteiro, quer que eu esfregue geléia de mocotó no mastruço dele!"? Claro que não! O certo seria dizer "no pau dele!" Quando vamos ao médico, é normal ele pedir "Por favor, queira abaixar as calças para que eu possa examinar melhor sua rôla"? Óbvio que não. Ele usará o prosaico termo "pênis". E assim vai; para cada caso, existe uma referência pirocal-nominativa apropriada, que é utilizada de maneira totalmente inconsciente pela população.

O que pouca gente percebe é que cada um destes diferentes nomes designa tipos distintos de órgãos, cada qual com seu próprio tamanho, tipo físico, personalidade, estilo de vida, medos, anseios e aspirações na vida. Após uma miserável e nojenta pesquisa, pôde-se estruturar um breve dossiê a respeito dos nove maiores membros do O.S.M. (desculpem o trocadilho):

O PÊNIS: O pênis é uma tentativa dúbia da sociedade para conferir uma certa dignidade ao sexo masculino. Quando se tem que falar "caralho" na imprensa, usa-se pênis e tudo bem. Em nenhum livro de medicina que preste estará escrito "cacete" e sim pênis. É o relações públicas do O.S.M.. Com o tempo, todos irão se tornar um pênis (com exceção, é claro, da rôla). Se você tem mais de 50 anos, você tem um pênis. O pênis urina mais do que ejacula. Gosta de cuecas samba-canção folgadas, poltronas macias e ar condicionado. É igual a gato de armazém: deita no saco e dorme a noite toda. Não tem Viagra que dê jeito. O pênis é assim mesmo: suave, tranqüilo, circunspecto e invariavelmente... macio.

Portadores - Senhores acima de 50 anos de idade e Papai Noel (apesar do sacão vermelho).



O PINTO: O pinto ocorre somente e tão somente em menininhos. Fora destes, é apenas mais um erro clássico de nomenclatura. Não se engane. É muito comum ouvir as pessoas usarem o nome "pinto" em casos onde o verdadeiro protagonista foi a piroca, o caralho ou até mesmo a caceta. Isso é devido ao falso moralismo reinante ou a um conceito estético eufêmico, ou seja, absurdamente, acham que é mais bonitinho falar "pintinho" do que "pirocuçu"! Todas as garotas e namoradas do mundo adoram usar este termo: "Nem te conto, menina. Ontem à noite, quase engasguei com o pinto do Mário." Todo mundo sabe que ninguém engasga com um simples pintinho. A jovem gulosa quase morreu, na verdade, com a inescrupulosa, enorme e indigesta caralha do nosso amigo Mário, isso sim! O pinto é pequeno, alvo e de aparência inocente, lembrando o dedo mindinho do pé de um anão albino.

Portadores - Crianças de até 11 anos de idade e Gugu Liberato.



A PICA: Extremamente agitada e elétrica, a pica costuma passar a impressão de possuir um excelente desempenho sexual. Tudo mentira... Com estocadas curtas e nervosas, costuma apresentar ejaculação precoce. Diz que faz e acontece mas, na verdade, não resolve o problema de ninguém. Muitas vezes, a pica costuma agir como uma criança metidinha (literalmente), devido ao seu tamanho infantilóide e a sua baixa penetrabilidade. Acha que é enorme, porém só ganha do pinto em comprimento. A pica está sempre em estado de alerta, pronta para fazer escândalo à toa, crente que vai se dar bem, porém, todos os dias, acaba sendo repreendida manualmente por seu dono em casa, na hora do banho ou do cocô.

Portadores - Escoteiros, administradores de empresa, integrantes da UNE, jogadores de RPG, chatos da Amway e Oswaldo Montenegro.



A PIROCA: A piroca é própria irresponsabilidade em forma de falo. É o id do sexo masculino. Porra louca por natureza, ocorre em adolescentes e outros tipos de idiotas. A piroca não tem a menor noção do que está fazendo. Abaixar as calças e se mostrar para o sargento? É a piroca. Tatuar a cara do Padre Marcelo em si própria? É com ela mesma. Tentar comer o cu de uma jaguatirica com hepatite? Não precisa chamar duas vezes. Se besuntar de Leite Moça e dar par um cegueta chupar dizendo que é um churro? Por que não? Em qualquer situação absurda e com altas chances de se fuder redondo, lá estará ela, excitadíssima, achando tudo ótimo. A piroca é razoavelmente grande, porém já passou do tamanho de fazer o este tipo de coisas...

Portadores - Adolescentes em geral e Sérgio Mallandro.



O PERU: O peru, por definição, é um indeciso. Nunca sabe o que fazer. É meio mole, meio duro, anda sempre de cabeça baixa e tem a pele enrugada. Volta e meia fica preso no zíper da calça e é mestre em mijar fora da privada. Não tem uma identidade definida. É confundido com ave, país e até uma defesa fácil para o goleiro que virou gol. Só ganha um pouco de confiança na época do Natal, quando acha que todos estão lhe enfiando na boca.

Portadores - Colunistas sociais e Itamar Franco



O PAU: A quintessência da dureza. Assim pode ser definido o pau. Por mais paradoxal que seja, o pau é duro que nem pedra. De tamanho variável mas de dureza constante, o pau é capaz de entrar em qualquer lugar. Onde houver um orifício renitente e aparentemente inexpugnável, chamem o pau e lá estará ele em ação, como uma verdadeira broca de carne. O pau é constantemente agarrado, chutado, mordido e chacoalhado com veemência, duas a três vezes por dia, na hora do banho ou do cocô, mas nunca se abate. Pelo contrário, isto só torna-o mais duro. Indicado para hímen complacente, boca de namorada reclamona e cu de gato.

Portadores - Homens da caverna e o namorado da sua irmã.



O CARALHO: Maior expressão de popularidade do sexo masculino, o caralho é naturalmente grande e grosso. O próprio som do seu nome é uma afronta: ka-rá-li-o. Se você pronunciar "peru" em alto e bom som, ninguém notará. Agora, experimente dizer "caralho" bem baixinho. Viu, todo mundo percebe! Quem se depara com um pela frente (ou por trás) logo o reconhece, dizendo: "Caralho!" Em 99% dos filmes de sacanagem, lá está ele, lustroso que nem um galã de novela, ou melhor, um vulcão trepidante e cuspindo para tudo que é lado. Aquele que você está vendo em movimentos repetidos e ritmados, tal qual um pistão incansável de uma locomotiva da Revolução Industrial, é o próprio. Quem tem um caralho é homem por natureza. É basicamente um atestado de macheza pura e não há nada no mundo que se possa fazer para mudar isso.

Portadores - Travestis.



A RÔLA: Oriunda das obscuras profundezas do reino do mal, a rôla é a mais perigosa dos tipos de órgãos. A rôla é suja, ensebada e cheia de más intenções e veias disformes. É tão má que gosta de enrabar galinhas só para poder quebrar a casca do ovo e meter na bunda do pobre pintinho! Pequenina, porém grossa como uma lata de pastilha Valda, a rôla não tem princípios, moral ou piedade. Come qualquer coisa: sogra, travesti, cachorro, ralo de piscina, corretores de seguro, bola de boliche e cu de bêbado quando sóbrio. Só não come a bunda do próprio dono porque não alcança. Somente por isso.

Portadores - Choferes de táxi e Jece Valadão.



A CACETA: A caceta é a grande baleia branca dos O.S.M. Por causa do seu tamanho descomunal, ganha de todos os outros em extensão. Não tem veias, tem dutos. Não tem saco, tem reservatório. Não tem espermatozóides, tem girinos. Não tem cabeça, vive esquecendo as chaves de casa! Quando em estado de ereção, seu dono fica imediatamente tonto, pois ¾ do sangue do seu corpo fluem para dentro da dela. É lerda, pesada e muito, muito graaaaaaaande! Pode ser usada como limpador de pára-brisas de ônibus, âncora de navio e corda do Círio de Nazaré. Não se aconselha um manuseamento exagerado da caceta pois ela pode matar seu portador por um desagradável afogamento na hora do banho ou do cocô.

Portadores - Eu.

Adolar Gangorra, 89 anos, é editor do site www.adolargangorra.com.br e nunca matou cobra nenhuma para não ter que... dar explicações.

domingo, 15 de março de 2009

TESÃO DE VACA - QUE NEGÓCIO É ESSE?

Em um obscuro momento, entre a 6ª e a 8ª série, algum colega de sala, metido a espertalhão, vai chegar para você, com os olhos brilhando, tal como tivesse descoberto a pedra filosofal jogada a esmo no armário do vovô. Ele irá lhe contar tranqüilamente que existe na natureza uma substância espetacular chamada de "Tesão de Vaca", capaz de resolver um certo probleminha bobo que o resto dos homens não conseguiu solucionar em milhões de anos: sexo sem esforço!

Não importa se documentários sobre a vida animal volta e meia mostrem dois cabritos monteses se esfalfando herculeamente para pulverizarem seus respectivos chifres à base de cabeçadas titânicas só pelo direito básico de se reproduzirem por um brevíssimo momento. Sim, meu caro, esqueça tudo o que lhe disseram antes sobre esse assunto. O Tesão de Vaca é um "negócio" que você põe na bebida de qualquer garota e que tem o prosaico efeito de resultar em que ela queira fazer sexo descontroladamente com o primeiro que encontrar! Mas que formidável, hein?

Isso mesmo, apesar de desde a mais tenra infância você ter sido regularmente ensinado a entender claramente a diferença entre fantasia e realidade, ficção e imaginário, contos de fadas e a página policial dos jornais, super-heróis e aquele seu tio bêbado motorista de táxi... veja você, deixaram escapulir essa mágica no nosso mundo real! Que maneiro, uma substância que fará com que você, no alto dos seus 13 anos, coma qualquer mulher do mundo sem o menor trabalho!

E você que já estava começando a achar que a vida era mesmo dura como seu pai vive apregoando, hein? Que velho mais cagão! Você até chegou a cogitar que o que ele fala poderia ser verdade graças às 125 páginas que o cretino do seu professor de História manda sua turma decorar para um possível teste-surpresa que nunca acontece. Ou pelo murro no estômago que, Afonsinho, o repetente barbado da sua rua, lhe aplicou quando você riu do seu novo corte de cabelo estilo "sócio-atleta da Febem".

Mas agora, tudo isso cai por terra quando "Tesão de Vaca", essa nova e miraculosa infusão, chega para fazer com que você pule, pelo menos, umas 74 árduas etapas da conquista amorosa e leve ao que, hoje, você está 100% convicto que realmente interessa: comer todas as garotas da sua sala, comer sua professora, comer suas primas, comer sua empregada, comer a atriz da novela, comer aquela extraterrestre gostosa do desenho animado japonês e, finalmente... comer todas as mulheres do mundo!

Seu amigão vai lhe contar que o Tesão funciona mesmo! Por exemplo, aquela garota bem bonita da sua sala, que faz questão de ignorar você desde o tempo do prezinho, agora está fudida porque na primeira chance que você tiver, ela vai beber uma Mirinda Uva batizada por você (que engraçado isso, não?) com o fabuloso Tesão de Vaca e vai virar sua escrava sexual durante alguns minutos! Bem feito, quem mandou ser tão otária?

Na verdade, Tesão de Vaca é uma lenda urbana que há anos se prolifera exponencialmente devido ao adubado campo da mente de pré-adolescentes, cegos pelo excesso de libido e pela mais absoluta falta de um milímetro sequer de bom senso, graças a uma estapafúrdia lógica caótica proto-freudiana propagandeada exponencialmente por essa história. O chamado "Tesão de Vaca" é um termo veterinário designado para um hormônio utilizado para estimular o cruzamento entre bovinos. Não passa disso. Vale lembrar ainda que não estamos vivendo mais na Idade Média onde haviam anúncios categóricos de poções miraculosas que prometiam curar amputações de cabeça ou simplesmente fazer com que dragões ferozes alegremente puxassem um arado. Entretanto hoje, garotos bem alimentados, filhos de uma burguesia quase agnóstica, acreditam piamente nesse catimbó de quinta categoria em pleno século 21! O mais impressionante é que se você perguntar sobre o Tesão de Vaca em uma escola pública de Porto Alegre ou em um vetusto colégio particular de Fortaleza, a história será mais ou menos a mesma: alguém pôs o negócio na bebida de uma garota inocente, ela inadvertidamente o bebeu e, devido a uma compulsão incontrolável para dar, digamos assim, a "jóia da família", saiu em desabalada carreira, e, tempo depois, foi encontrada morta, sentada em uma marcha de caminhão ou de Corcel ou de Chevette... trágico, não?

Esse roteiro se repete ad infinitum com pequenas variações e o mais incrível é que ele nunca foi mostrado em nenhum veículo de comunicação de massa como televisão, jornal ou rádio! E todo mundo compartilha da mesma seqüência de fatos! Como isso se explicaria? Seria um fenômeno do famoso inconsciente coletivo? Como essa lenda se proliferou tão solidamente e de maneira tão insidiosa? O que estaria por trás disto? A mais cristalina estupidez? Não, seria essa uma resposta muito fácil e excitante...

Numa primeira análise lógica, já podemos delinear algumas conclusões básicas: salta aos olhos a vocação inerente de todo noviço do sexo masculino em se reproduzir absolutamente sem o menor critério, mas sem o menor critério mesmo, diga-se. Na aurora de sua atrapalhada vida sexual, o pequenino rapazola até possui uma vaga idéia de qual seja o seu objetivo, porém desconhece miseravelmente os caminhos tortuosos que terá que trilhar para atingi-lo. Então, quando algum gaiato qualquer lhe oferece uma espécie
vagabunda de atalho, ele alegremente aceita-o de ótimo grado, esfregando as maõzinhas e lambendo os beiços, mas, óbvio, sem questionar a veracidade dessa proposta, por mais absurda que ela seja.

Já à luz de um enfoque biológico, uma possível explicação poderia se esconder em uma estrutura presente na base de nosso córtex cerebral denominada Complexo Límbico ou Complexo R, herança direta dos, ora vejam só, lagartos (!!!), que é detentora dos instintos mais básicos do homem, como, por exemplo, comer, dormir, empalar a sogra, olhar para o cocô antes de dar descarga e se reproduzir. Esses preguiçosos hóspedes do complexo R, vez por outra, conseguem se desvencilhar de camadas e camadas de traços
adquiridos de civilização para dominar completamente nossas ações cotidianas, devido a sua antigüidade, envergadura, malícia e subestimada influência na formação do nosso subconsciente. Assim, você pode testemunhar seu pai, famoso por possuir o senso de humor de um sargento do exército turco, começar repentinamente a ficar simpático e metido a engraçadinho quando as amigas gostosinhas da sua irmã vão estudar na sua casa. Essas poderosas forças anciãs da nossa natureza estrutural ainda hoje são capazes de moldar
o comportamento social de milhares de homens que, em última instância, acabam por achar plenamente razoável dopar uma mulher para fuder!

A própria história que vem em anexo à lenda do Tesão é um primor de entretenimento e auto-preservação. É dramática, excitante e trágica! Parece Shakespeare misturado com pornochanchada! Vejam só: a única testemunha que poderia desmentir toda essa lenda, a garota, teve que morrer de modo trágico-erotizante. Assim, a veracidade sobre a eficiência do Tesão de Vaca mantém-se preservada. E também traz em seu seio arquétipos extremamente popularescos e de grande valor no universo masculino: sexo, morte e... Chevettes! Nem nos melhores folhetins mexicanos teríamos elementos tão dramáticos e apelativos como os listados acima! É óbvio que um libreto tão ardiloso e bem estruturado como esse só poderia estar fadado a um sucesso absoluto! É um campeão de audiência por natureza!

O mais bizarro de toda essa história é que, na época, você acreditou piamente quando lhe falaram dos espetaculares poderes do Tesão de Vaca. Você instantaneamente exultou de alegria e fervor quase místico quando lhe contaram essa conversa mole, essa história de pescador, esse imbróglio pinochio-munchausiano: "uma poção mágica que faz a mulher dar! E por que não? É claro que existe! Existe sim, existe sim! Aleluia, aleluia!", disse você para si mesmo quase chorando! Mas isso foi há muito tempo, quando você era apenas mais um moleque vibrão e apatetado descobrindo o mundo. Ainda bem que agora tudo mudou... Mas será que hoje, já maduro e vivido, você não estaria sendo agora vítima também de algum outro "Tesão de Vaca" invertido, disfarçado naquela cerveja socializante com os amigos, naquele whisky necessário para abordar aquela garota na festa ou na caipirinha potencializadora da sua libido? Ou até, quem sabe, progredir para aquela prosaica catuaba ou o até no seu miraculoso Viagra de hoje em dia? Provavelmente não, pois hoje você não acredita mais nesse tipo de "negócio", não é?

Adolar Gangorra tem 73 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra, e acha que o mal da vaca louca foi causado por excesso de tesão de vaca.

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